Em dia de greve geral em todo o país, manifestantes aproveitaram a data para se mobilizar em frente às UBSs da Zona Norte de Caxias do Sul na manhã desta sexta-feira, dia 30. Os usuários do Sistema Único de Saúde (SUS) não puderam entrar nos estabelecimentos, já que líderes comunitários e populares bloquearam o acesso nas Unidades do Santa Fé, Belo Horizonte e Vila Ipê.
A Guarda Municipal foi acionada e, com grande efetivo, liberou o acesso da população nas UBSs. Apesar da movimentação e dos protestos, não houve relatos de agressões e violência de ambas as partes.
Roselene de Souza Vargas, servidora pública do município na área da saúde e que foi vítima de atropelamento na Rota do Sol na Greve Geral do dia 28 de abril, diz que participa do movimento por perceber que o Sistema Único de Saúde está sendo desmantelado. De acordo com ela, o prefeito Daniel Guerra (PRB) joga a responsabilidade nos funcionários.
“Sou servidora, mas hoje eu estou com o manifesto dos usuários. Eu ajudei na construção do SUS e hoje está sendo desmantelado por toda essa corrupção que esta aí. Moro e sempre morei na zona norte e defendo a população. Aqui somos discriminados como se em outros lugares não tivesse bandidagem, assaltos, coisas assim… sempre tudo é zona norte. As pessoas daqui são carentes de educação, saúde, partes financeiras, não tem nem como ir no Postão. A gente tá sem médico há um tempão e isso que está acontecendo é muito triste. Os funcionários já não aguentam mais, estão ficando doentes e nós temos que responder porque o prefeito joga a responsabilidade para os funcionários. Assim, desse jeito, ninguém aderiu (a paralisação) porque tem que manter 50% trabalhando. Eles se sentem pressionados e mantém às UBSs nas costas”, salienta Roselene.
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Eduardo Melo Padilha, presidente da Associação dos Moradores do Vila Ipê, relata que a manifestação tem o objetivo de chamar atenção para o descaso com as Unidades Básicas de Saúde da zona norte.
“As UBSs da zona norte estão sofrendo. Há sete anos não tem pediatra, 60 gestantes não tem ginecologista. 600 consultas a menos por semana e isso está gerando um stress muito grande devido a outras situações do governo federal. Não tem emprego, a pessoa sofrendo com saúde, maior índice de stress e, quando vem pro postinho, não encontra uma necessidade básica que precisaria. Isso pra nós é uma falta de respeito com a comunidade. O mais simples, o mais comum, a gente não tá tendo”, afirma Padilha.
Os atendimentos nas UBSs foram iniciados por volta das 09h nos bairros Santa Fé e Belo Horizonte. A situação mais delicada é no Vila Ipê. Os funcionários, por questões de segurança, pediram reforço da Guarda Municipal. No início da tarde, o serviço deve estar normalizado.
Confira, no vídeo, momento em que a GM libera o portão da UBS Vila Ipê
