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Câmara rejeita projeto que proibia material de ideologia de gênero em escolas de Caxias do Sul

Câmara rejeita projeto que proibia material de ideologia de gênero em escolas de Caxias do Sul

Os vereadores de Caxias do Sul rejeitaram, na sessão desta quinta-feira (8), o Projeto de Lei do vereador Chico Guerra (PRB) que tentava proibir a construção, a divulgação e a apreciação de material sobre ideologia ou identidade de gênero nas escolas municipais de Caxias do Sul. Por 12 votos a 8, a maioria dos parlamentares acolheu o parecer de inconstitucionalidade da Comissão de Constituição, Justiça e Legislação. Com isso, a proposta será arquivada.

Segundo o parecer da comissão, o projeto de lei é inviável juridicamente por agredir os princípios constitucionais. Em outras palavras, o entendimento é de que a discussão seria matéria de competência do poder Executivo e não dos vereadores.

O texto também estabelecia que todos os materiais didáticos deveriam ser analisados antes da distribuição nas escolas municipais de Caxias do Sul. Na exposição de motivos, o autor explicou que o intuito era “fazer valer a opinião pública, a decisão do Legislativo nacional e estadual, a hierarquia constitucional de competência da matéria e, sobretudo, o direito das famílias em não submeter seus filhos a este conteúdo impróprio que, não obstante, também discorre uma questão que não é de competência da escola e sim da família”, ao referir-se sobre a temática do gênero.

Durante a plenária desta quinta-feira, o vereador Chico Guerra (PRB) disse que as crianças devem ser livres para qualquer escolha. “A ideia é proteger as crianças, porque ninguém pode ensinar algo que vai contra a natureza”, entende o parlamentar. Manifestou-se no mesmo caminho o republicano Renato Nunes.

Já os vereadores Rafael Bueno (PDT) e Denise Pessôa (PT) argumentaram contra o projeto. Para o pedetista, a questão de gênero, quando é referida, ocorre em respeito à diversidade. “Ninguém vai ficar catequizando as crianças. É entender que, se o menino quer brincar de boneca, pode”, afirmou Bueno. A vereadora Denise seguiu na mesma linha: “E, se a menina quer brincar de carrinho, também pode. Isso é respeito. E ajuda a evitar que surjam homofóbicos e transfóbicos”, complementou.

O parlamentar Flavio Cassina disse reconhecer o mérito da proposta, mas se posicionou pelo parecer técnico da comissão. A vereadora Paula Ioris/PSDB também votou pelo parecer e disse que trará dados ao plenário para esclarecer eventuais distorções que existem em torno do assunto.