Política

Presidente Bolsonaro recua de fusão de Ambiente e Agricultura

Jair Bolsonaro e Luiz Antônio Nabhan Garcia, presidente da UDR (União Democrática Ruralista) - Foto: Divulgação/Reuters
Jair Bolsonaro e Luiz Antônio Nabhan Garcia, presidente da UDR (União Democrática Ruralista) - Foto: Divulgação/Reuters


O presidente Jair Bolsonaro (PSL) declarou que “pelo que tudo indica”, os ministérios do Meio Ambiente e Agricultura permanecerão separados, e que a pasta ambiental será comandada por alguém que não seja “xiita” na defesa do ambiente.

Jair Bolsonaro e Luiz Antônio Nabhan Garcia, presidente da UDR (União Democrática Ruralista) – Foto: Divulgação/Reuters

Bolsonaro afirma que a ideia da fusão foi discutida e que possivelmente será modificada. “Serão dois ministérios distintos, mas com uma pessoa voltada para a defesa do meio ambiente sem o caráter xiita, como feito nos últimos governos”, diz.

A declaração foi dada nesta quinta (1º) em entrevista a televisões católicas. “O Brasil é o país que mais protege o meio ambiente”, diz o presidente. “Nós pretendemos proteger proteger o meio ambiente, sim, mas não criar dificuldades para o progresso.”
O aceno para um recuo já havia sido feito no final da tarde desta quarta (31) por Luiz Antônio Nabhan Garcia, presidente da UDR (União Democrática Ruralista). Segundo ele, a questão só será definida “ao longo de muita conversa”. ​

Antes da eleição, Nabhan Garcia, após reunião com Bolsonaro e ruralistas, já havia falado sobre uma possibilidade de rever a decisão da fusão. A fala, contudo, foi contestada Onyx Lorenzoni, futuro ministro da Casa Civil, que negou recuos em relação ao tema. “Ninguém recuou nada. A questão da agricultura, alimentação e meio ambiente é uma decisão desde os primeiros passos do plano de governo.”
A unificação das pastas era uma promessa de campanha do capitão reformado. Depois, ele se disse aberto às sugestões de setores do agronegócio que defendem a manutenção da separação.

A afirmação de Bolsonaro ocorre após críticas dos atuais ministros do Meio Ambiente, Edson Duarte, e da Agricultura, Blairo Maggi. A ideia também recebeu oposição de oito ex-ministros do Meio Ambiente, de ambientalistas e de setores do agronegócio.

Fonte: Folha de São Paulo