Caxias do Sul

Entidades caxienses de olho em promessas de campanha dos novos eleitos

Propostas prometidas em campanha serão acompanhadas de perto (Foto: reprodução)
Propostas prometidas em campanha serão acompanhadas de perto (Foto: reprodução)

As eleições de Jair Bolsonaro (PSL) à Presidência e Eduardo Leite (PSDB) ao Governo do Rio Grande do Sul, geram uma nova expectativa para entidades caxienses que estarão de olhos abertos para fiscalizar e acompanhar as futuras movimentações. Uma mudança radical na linha econômica proposta pelo presidente eleito entra em consenso com o que pensam os presidentes da Câmara de Indústria, Comércio e Serviços (CIC) e Sindicato das Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e de Material Elétrico (Simecs), principalmente quando se fala em diminuir a burocracia para empresários.

Propostas prometidas em campanha serão acompanhadas de perto (Foto: reprodução)

Em nível estadual, a infraestrutura é o tema que mais desperta o interesse das categorias. A malha viária e a desapropriação das terras para a construção do aeroporto em Vila Oliva, prometida por Leite em visita a Caxias, surgem como fatores que serão acompanhados de perto pelos empresários.

Para Ivanir Gasparin, presidente da CIC, o fato de conseguir desapropriar as terras para a implantação do aeroporto no interior é uma das principais demandas que Eduardo Leite precisa revolver.

“Esperamos que ele consiga colocar em prática todas as suas boas ideias. Entre o mundo da campanha e o real de governar existe uma distância muito grande. A sociedade está no mundo digital, mas se nota que o Estado está no mundo analógico. É necessário diminuir essa distância. Leite se comprometeu em assumindo, já desapropriar as terras para o aeroporto e esperamos que isso se concretize. Quanto à infraestrutura, é uma briga quase centenária da CIC. Temos que repensar toda nossa malha viária, com projetos a longo prazo com parceria público-privada, pra ontem”, diz.

Já com relação a Jair Bolsonaro, as propostas de mais liberdade e menos burocracia para empresários, sem o aumento de impostos, devem elevar o mercado.

“Eu espero que o Bolsonaro tenha sucesso. A figura dele muda o pensamento do politicamente correto dos últimos anos. A partir deste momento, existe um novo olhar. Quero acreditar que o Brasil dê um salto. O mercado está acreditando nisso. Realmente, que se implante aqui tudo aquilo que deu certo nos outros países. Só copiar o que deu certo nos outros países. O empresário hoje não consegue trabalhar. Não é possível que uma empresa com 200 funcionários tenha que ter três bancas de advogados. Não é possível que em uma loja tenha mais gente na retaguarda do que vendendo na frente. Não é só o custo do imposto, é a dificuldade para estar em dia. É preciso uma oxigenação das leis e pensar como fazer. Existem leis que nem o Estado consegue cumprir e nós da iniciativa privada temos que cumprir”, salienta Gasparin.

O presidente do Simecs, Reomar Slaviero, reforça que a região que é detentora do segundo maior polo econômico do Estado precisa ser lembrada pelo Governo. Alternativas às rodovias também são necessárias para a escoação da produção.

“Agora temos que torcer para que tudo dê certo. Que seja lembrada a Serra Gaúcha. Nós temos necessidade de infraestrutura. Precisamos ter, principalmente, uma estrada que ligue os dois polos principais do Estado duplicada. Acho que é importante ter uma elevada no acesso da ERS-122 e duplicação da rodovia. A nível Federal a continuação da BR-448 até Portão, que beneficiaria toda a Serra bem como a grande Porto Alegre. Seria uma alternativa para a BR-116. Esperamos que seja, ainda, revista a tributação, para tornar a indústria mais competitiva. O aeroporto não é nenhum favor. Dar infraestrutura para quem está produzindo. Esperamos que ele cumpra. Vamos ficar atentos e cobrar dele”, diz.

Para Slaviero, um dos pontos mais importantes para Bolsonaro, é atrair novos investidores para o Brasil. Assim, aumentando a confiança dos investidores e aquecendo o mercado.

“A livre iniciativa é importante, mas precisamos de apoio. Há a necessidade de apoio financeiro nos financiamentos, que facilite a produção. Se você quer que alguém confie na sua empresa, é preciso investir, é preciso recursos. Trazer investidores para o país. Temos que torcer para que sejamos um país desenvolvido e cada vez mais cresça”, conclui.

O presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL), Ivonei Pioner, crê que Eduardo Leite deva seguir o processo de recuperação que o Estado passa, com olhar próprio para encontrar soluções.

“Esperamos a continuidade do processo em que o Estado estava sendo reestruturado, realinhado, enquanto suas finanças, criando um ambiente para desenvolvimento e ampliação. Esperamos essa continuidade deste projeto e agregando o seu olhar, o seu jeito de ver soluções para o que é emergencial, que é voltar a ter superavit e com isso investir em infraestrutura, para que o meio produtivo gere empregos, gere riqueza”, salienta.

Sobre Jair Bolsonaro, é necessário, primeiro, voltar a ter harmonia, diz Pioner.

“Muitas instituições foram e estão questionadas e enfraquecidas neste momento. Foram muitas dúvidas que pairaram durante este tempo por causa de toda essa polarização. Queremos é uma harmonia. Que volte-se a fortalecer as instituições. Que se busque uma sustentabilidade. Um projeto de Governo onde se tenha a possibilidade de desenvolver o empresariado para que se cumpra a missão de criar empregos e riquezas”, destaca.

Tanto Eduardo Leite como Jair Bolsonaro, cumpriram agenda de campanha em Caxias do Sul e conversaram com empresários na Câmara de Indústria, Comércio e Serviços.