O possível fechamento do Senai José Gazola, no bairro São José, foi assunto na câmara de vereadores nesta terça-feira (11). O vereador Alberto Meneguzzi (PSB) foi à tribuna do Legislativo, durante a sessão desta terça-feira, 11 de setembro. De acordo com o parlamentar, mais de 300 jovens deixariam de ser atendidos. No Grande Expediente, o parlamentar fez a ligação entre a ação, que está em análise pela Fiergs e o aumento da criminalidade, conforme matéria publicada na imprensa local, sobre a violência juvenil.
Fundado há 31 anos, o Senai José Gazola atende jovens dos bairros da Zona Norte de Caxias do Sul, onde a vulnerabilidade social é latente. Conforme a gerência da entidade, a intenção é centralizar os cursos nas unidades Nilo Peçanha, no bairro Exposição e Mecatrônica, junto à Universidade de Caxias do Sul (UCS). De acordo com Meneguzzi, a preocupação é somente com números e não com a realidade social. “Por mais que se deem passagens de ônibus, os adolescentes e jovens não vão ir, dada a distância e a dificuldade, além dos atrasos das linhas”, salientou.
Da tribuna, Meneguzzi citou como exemplo um jovem que cursa o Senai pela manhã, na Mecatrônica e à tarde participa do Projeto Pescar São José. Segundo o vereador, na tarde de segunda-feira, o rapaz demorou quase duas horas para sair de um local e chegar ao outro, sendo que a distância entre os dois é de apenas 6,4km.
Na manhã da última segunda-feira, 10 de setembro, ao receber a informação do possível fechamento das turmas, Meneguzzi levou sua preocupação aos empresários que participaram da reunião-almoço da Câmara de Indústria, Comércio e Serviços de Caxias do Sul (CIC). O parlamentar comentou que existe um estudo no conselho consultivo do Senai para a extinção da unidade Senai José Gazola. Segundo o vereador, a direção justifica o fechamento a partir da retração da economia e da diminuição de cotistas.
A reivindicação partiu das lideranças e educadores sociais da Zona Norte e foi abraçada por Meneguzzi. Segundo ele, a impressão é que decisão já foi tomada e outros jovens estarão à margem da criminalidade. “Essa região, ao invés de ter estímulos, para que os jovens tenham carinho e acesso, está perdendo oportunidades. Pedi que os empresários reavaliem essa decisão. Se a gente não conquista essa juventude com profissionalização, eles estarão sem atenção e o crime poderá cooptá-los”, finalizou.