Bento Gonçalves

Hospital público está sendo construído por etapas, garante prefeitura

Hospital público está sendo construído por etapas, garante prefeitura

Quem passa pela frente da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) 24 Horas localizada no bairro Botafogo, em Bento Gonçalves, e vê o esqueleto de um edifício atrás do prédio da UPA pode mesmo imaginar que aquela construção está parada. E está mesmo.

Mas isso não significa que o tão esperado hospital público não esteja saindo do papel. Ao contrário, as obras estão em pleno andamento. O que mudou foi a lógica da implantação do complexo de saúde pública, como está sendo chamada agora pela prefeitura a ideia que já recebeu o nome de “hospital do trabalhador” e depois “hospital do povo”.

De acordo com o secretário de Saúde, Diogo Segabinazzi Siqueira, o ritmo da instalação respeita um conceito de “construção em etapas”, que indica um cronograma de obras modulares que, assim que concluídas, entrem em operação, sem esperar a construção de toda a estrutura.

Assim, a secretaria espera inaugurar ainda este ano o novo laboratório de patologia e análises clínicas, que aguarda apenas a chegada do mobiliário de apoio, e encerrar a primeira fase das obras para a instalação do centro cirúrgico, que terá oito salas de cirurgia, e não mais as três previstas inicialmente no projeto original.

Conforme Siqueira, a prefeitura deverá investir cerca de R$ 2,5 milhões nessa etapa já iniciada, entre recursos federais e contrapartidas do município. Para a implantação do Raio-X, entre compra dos equipamentos, instalação e treinamento, o custo total será de R$ 920 mil. No centro de especialidades odontológicas, o investimento chega a R$ 361,5 mil. Para a execução do laboratório, a prefeitura precisará desembolsar cerca de R$ 960 mil e, para concluir o bloco cirúrgico, outros R$ 500 mil.

O secretário afirmou que a implantação de um novo modelo de gestão e a racionalização dos recursos foi fundamental para poder assegurar a realização das obras.

Neste ritmo, a construção dos prédios de internação, que agora serão dois e vão oferecer 240 leitos, além de 20 leitos de UTI, serão a última etapa da implantação do hospital.

“O hospital será feito em etapas, e cada etapa que construir será imediatamente utilizada”, sintetizou o secretário.

O novo sistema de implantação do complexo foi explicado à imprensa no local por uma comitiva que reuniu, além do secretário, o prefeito Guilherme Pasin, o secretário-adjunto de saúde, Marlon Pompermayer, e o coordenador médico Marco Antônio Ebert.

Pasin reforçou o conceito: “Ficou pronto, passa a ser utilizado. Nós não vamos fazer prédios pra que tudo passe a funcionar depois de tudo pronto. Não. Fez, bota a operar e funcionar para a comunidade; fez, bota a operar e funcionar para a comunidade. E assim vamos entendendo a extrema importância disso”.

O prefeito e o secretário também defenderam a ampliação do projeto original como fundamental para garantir a autossuficiência do hospital, e anunciou que, para manter o complexo em funcionamento, negocia a implantação de um modelo de hospital-escola com alguma instituição de ensino superior da região.

“Um hospital de pequeno porte seria um projeto natimorto. Um hospital só funciona se tiver um padrão de atendimento de grande porte, nós precisamos ter especialidades e precisamos ter uma referência compactuada com alguma instituição de ensino. Hoje, praticamente nenhum hospital consegue se manter sem uma instituição de ensino forte do lado”, revelou o secretário.

Segundo Pasin, há negociações em andamento inclusive para a criação de um curso de medicina na cidade, e que uma solicitação nesse sentido já foi até protocolada no  Ministério da Educação (MEC).