Cinco dos oito candidatos ao governo do estado do Rio Grande do Sul apresentaram suas propostas para o setor empresarial durante um encontro com a Federação de Entidades Empresariais do Rio Grande do Sul (Federasul). O debate teve cinco blocos e contou com a presença de José Ivo Sartori (MDB), Eduardo Leite (PSDB), Jairo Jorge (PDT), Mateus Bandeira (Novo) e Miguel Rossetto (PT) falaram sobre empreendedorismo, gastos públicos, a nova política e segurança. O debate completo você pode conferir clicando aqui.
O primeiro bloco foi para a apresentação dos candidatos e considerações iniciais. Cada candidato teve 4 min de fala, cuja ordem foi sorteada durante o encontro. Já em um segundo momento, a presidente da Federasul, Simone Leite, sorteou perguntas enviadas pelas entidades filiadas de todo o Estado. O tempo e a ordem de respostas também foi feita por meio de sorteio, em que cada candidato respondeu a uma pergunta diferente.
No terceiro bloco, a Federasul propôs que uma mesma pergunta sobre reajuste fiscal fosse respondida por todos os candidatos. A questão versou em identificar soluções objetivas para recuperar as finanças do Rio Grande do Sul e gerar receita.
Segundo Jairo Jorge, primeiro candidato sorteado para se manifestar, é preciso resgatar a era da competitividade, incentivar o empreendedorismo e diminuir a alíquota. “Eu defendo a lei do gatilho. Proponho que, em 1º de julho de 2019, caia a alíquota para que possamos avaliar a eficácia da medida para aumentar a receita. Tenho certeza que teremos um efeito positivo em julho de 2020, quando poderemos rebaixar o percentual novamente e promover o crescimento do Rio Grande”, explicou.
Já Miguel Rossetto, defendeu a criação de uma agenda produtiva para gerar uma base estrutural ao governo. “Precisamos trabalhar para criar emprego, estimular as cooperativas e agroindústrias, integrar o governo e as universidades, além de recuperar o polo naval”, defendeu. De acordo com o candidato, “nem o Brasil, nem o Estado vai evoluir sem democracia e com exclusões políticas. É preciso pensar no desenvolvimento social para podermos ajustar as contas públicas”.
Nessa linha de focar na sociedade, José Ivo Sartori afirmou que “o problema é ver que o Estado gasta para si mesmo e não para a população”, criticou. Segundo ele, é fundamental que o Rio Grande do Sul possa aderir ao Regime de Recuperação Fiscal e inicie o processo de privatização ou federalização das empresas estatais. “Nós só conseguiremos fortalecer o Estado quando pudermos investir nossos recursos em segurança, políticas sociais e educação”, finalizou.
Para Eduardo Leite, o segredo para as finanças do Rio Grande do Sul está em uma construção conjunta com órgãos e instituições. Segundo o candidato, é preciso que o governador eleito seja uma liderança política capaz de relacionar e interagir com ministérios e Assembleia Legislativa. “Temos muita força empreendedora aqui no Estado, mas falta espaço. O governo deve fiscalizar, mas não limitar, nem dificultar, o trabalho dos empreendedores”, concluiu ao defender a redução da burocracia e a melhoria da infraestrutura estadual.
Ao finalizar o terceiro bloco, Mateus Bandeira frisou que a culpada pelo aumento da despesa no Estado é a irresponsabilidade fiscal. Segundo ele, “a educação e a segurança são os principais fatores que afetam os nossos negócios, mas a falta de recursos impede que sejam feitos investimentos nessas áreas”. A solução seria a aprovação das privatizações para criar fundos de investimento, que possam gerar riqueza e incentivar o crescimento econômico.
Apesar de algumas discordâncias durante o evento, todos os presentes concordaram no quarto bloco, quando a questão discutida foi segurança. Entre as principais soluções comentadas: integração entre as polícias, administração de efetivo, compra de equipamentos e tecnologia, educação preventiva e melhoria no sistema prisional. O quinto bloco foi apenas para considerações finais de cada candidato.
Para a presidente da Federasul, Simone Leite, ficou claro, no encontro, a boa vontade e as boas ideias apresentadas pelos candidatos ao governo do Estado. Segundo ela, é preciso agora que os empresários se mobilizem, enquanto formadores de opinião, para incentivar um debate político responsável e que vise o progresso do Rio Grande do Sul.