Caxias do Sul

Delegado não descarta nova disputa entre facções após execuções no 1° de Maio

Delegado não descarta nova disputa entre facções após execuções no 1° de Maio

O triplo homicídio registrado no início da tarde desta terça-feira, dia 10, pode ter sido o estopim para uma nova disputa entre facções criminosas em Caxias do Sul. Isso porque, o delegado Rodrigo Kegler Duarte, não descartou que uma nova guerra pelo tráfico seja reiniciada. Elisângela de Oliveira Macedo, 31 anos, Jean Max da Silva, o “diabinho”, e Juliano Valério, 37 anos, foram executados dentro de um ponto de consumo e comércio de entorpecentes na rua Manuel Almeida, no bairro 1° de Maio.

De acordo com Kegler, titular da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), o crime de hoje, inicialmente, se trata de uma disputa pelo ponto de tráfico de drogas.

“O palco dos acontecimentos era utilizado para o comércio de drogas. As pessoas que lá estavam foram executadas por diversos disparos de arma de fogo, o que deixa claro que a intenção de quem foi lá era executar quem encontrasse nesse ponto. Nos leva a entender que é uma disputa por ponto de tráfico. Nós temos que verificar, agora, se há uma ligação com facções criminosas”, diz.

O delegado, ainda, não descarta que uma nova guerra entre facções possa ocorrer na cidade após este caso de triplo homicídio.

“Olha, não podemos descartar, até porque tivemos alguns delitos que indicam a disputa por território. É possível, sim, que em algumas regiões da cidade, comece essa prática por ganho de território e consequentemente os homicídios. Estamos atentos a este tipo de movimentação, para tentar mapear o quanto antes de que facção isso está partindo para tirar os executores da rua”, conclui Kegler Duarte.

O crime

De acordo com informações da polícia, as vítimas estavam em uma residência quando quatro criminosos invadiram o local e mataram o trio. Os indivíduos chegaram em dois veículos, um de cor preta e outro cinza, entraram em um beco e, na parte de baixo de uma residência, cometeram a execução. Uma das vítimas, Elisângela de Oliveira Macedo, 31 anos, estava na cama no momento do crime. O corpo dela foi encontrado pela mãe sobre uma poça de sangue e enrolada em fios de eletricidade. Elisângela já possuía antecedentes por tráfico de drogas.

Um dos foi identificado como Jean Max da Silva, o “diabinho”. O outro, conhecido como “azulão”, foi identificado como Juliano Valério, de 37 anos. Mais de 30 tiros foram ouvidos por vizinhos. No local, a Brigada Militar (BM) localizou dezenas de cápsulas de calibre 9mm. Com o triplo homicídio, Caxias já chega a marca de 61 mortes violentas neste ano de 2018.

Fotos: Mauro Teixeira