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Crise fez setor moveleiro reduzir 16% da produção em quatro anos

Crise fez setor moveleiro reduzir 16% da produção em quatro anos
Movergs realiza 28ª edição do congresso da entidade como momento de reflexão setorial (Fotos: Gerson Lenhard)

“O Brasil é maior do que este buraco que é a crise, maior e mais longa do que todos imaginávamos”. A frase é do diretor do Instituto de Estudos e Marketing Industrial (Iemi), Marcelo Prado, e foi usada para salientar que o tamanho do consumo dos brasileiros no varejo é de R$ 83 bilhões. Ele projeta que o novo momento do consumo permite antever que as classes B e C + serão as que mais consumirão bens nos próximos anos, ao contrário do que vinha ocorrendo até 2011, quando a população de menor renda foi a que mais consumiu.

As colocações foram feitas para cerca de 350 profissionais da cadeia moveleira gaúcha que participam nesta quinta-feira, dia 5, da 28ª edição do Congresso da Associação das Indústrias de Móveis do Estado do Rio Grande do Sul (Movergs), no Dall’Onder Hotel. Para Volnei Benini, presidente da Movergs, o Congresso da entidade é um dos principais momentos do ano e permite uma parada para reflexão e para coletar informações, “sempre um diferencial competitivo”.

Prado apresentou números que demonstram retração do setor

Responsável há muitos anos pela abertura do Congresso, Prado relembrou suas últimas apresentações, sempre falando do período difícil que o setor atravessava . “Começamos em 2013 e afundamos até 2016 com perda de 16,5% da produção. Ainda assim o fundo do poço veio em 2017, mas agora lentamente vamos emergir”, prevê. Neste período 2.00 lojas de móveis fecharam. Mas ainda existem 53 mil pontos de venda no país.

Prado revela que no ano passado houve retomada discreta na produção de peças no Brasil de 0,3%. Enquanto no RS a recuperação foi bem melhor, de 7,7%. A má notícia é que o primeiro semestre de 2018 será ruim, reflexo da greve dos caminhoneiros que deve impactar fortemente. Ainda assim o segundo semestre deve ser melhor. A lenta retomada deve levar a números do pico atingido em 2013 apenas em 2022.

Importante indicador para o setor moveleiro, o mercado imobiliário sofreu nos últimos anos e o número de lançamentos foi negativo, entre 2007 e 2017 recuou 48%. Mas a expectativa é positiva: em oito anos, a adição de 9,9 milhões de novos domicílios, 1,2 milhões por ano e o maior crescimento será no nordeste do país. “Vamos melhorar, mas nada perto do que já foi lá no boom imobiliário”, projeta Prado

O Congresso da Movergs terá ainda pela manhã explanações do economista chefe da Fiergs, André Nunes de Nunes, do presidente da rede Drebes, Otelmo Drebes e à tarde falam o jornalista Wiliam Waack e o policial militar Rodrigo Pimentel, ex-capitão do BOPE.

A diretoria da Fimma Brasil foi apresentada na abertura do Congresso

Dados da Indústria Moveleira

No Brasil

Faturamento R$ 62 bilhões com mais de 19 mil empresas e U$ 600 milhões em exportações

No Rio Grande do Sul

Faturamento de R$ 11,1 bilhões, com 2.650 indústrias ( 17,4% do total)

Em Bento Gonçalves

Faturamento de R$ 1,7 bilhão, com 300 empresas, U$ 39 milhões em exportações e 6,5 mil empregos