Caxias do Sul

“A gente foi tratado como lixo”, lamenta trabalhador demitido da Codeca

“A gente foi tratado como lixo”, lamenta trabalhador demitido da Codeca

O ex-funcionário da Companhia de Desenvolvimento de Caxias do Sul (Codeca) Claiton Luiz Machado da Silva, de 50 anos, não escondeu a decepção de ter sido desligado da empresa para a qual atuou durante oito anos. Nesta terça-feira, Silva, um dos 36 trabalhadores demitidos na manhã de ontem, ocupou a tribuna da Câmara de Vereadores e falou sobre a situação dele e dos colegas desligados.

Com os olhos marejados, Silva pediu o apoio de vereadores para tentar reverter a situação. Segundo ele, o Departamento de Construção Civil da companhia, local onde ele atuava, está com déficit de pessoal. Mesmo assim, a administração da Codeca insiste em realizar demissões. “A gente sabe de fonte segura que a Codeca tem obras e que lá no Departamento de Construção Civil eles estão necessitando de gente. Eles teriam que nos integrar de volta”, argumenta.

O trabalhador também lamentou a forma como ocorreu a decisão. Segundo ele, na semana passada a administração foi questionada sobre a possibilidade de demissões, mas negou que isso pudesse acontecer. Demissão nunca é agradável, mas a gente foi tratado praticamente como lixo. Simplesmente nos descartaram. Chegaram ontem de manhã, mandaram a gente de volta para a Codeca e nos dispensaram”, afirma.

A diretora-presidente da Codeca, Amarilda Bortolotto, afirma que a demissão dos funcionários ocorreu em função do fim do contrato entre a companhia e o Samae para a prestação de um serviço de conserto de redes de água na cidade. Segundo ela, o Samae alegou que o valor praticado pela Codeca estava acima dos valores de mercado e optou por não renovar o contrato. Com isso, cerca de R$ 3,3 milhões por ano deixam de entrar nos cofres da companhia.

A decisão enfrentou resistência de trabalhadores e Sindicatos. Às 5h30min de hoje, os trabalhadores demitidos e colegas se reuniram no pátio da Codeca, onde realizaram um ato pedindo a reintegração dos profissionais. Depois disso, o Sindicato dos Rodoviários, o Sindicato dos Trabalhadores em Limpeza e Conservação (Sindilimp) e o Sindicato dos Trabalhadores da Construção Civil realizaram uma assembleia, onde decidiram ingressar com um pedido liminar na justiça tentando a reintegração dos profissionais.

Em um comunicado no final da tarde de ontem, a Codeca alegou que teve um prejuízo de R$ 7,3 milhões e que as demissões têm como objetivo manter a saúde financeira da companhia.

(Foto: Ricardo de Souza/Grupo RSCOM)