O vereador bento-gonçalvense Moacir Camerini (PDT) protocolou, na tarde desta quinta-feira, 17, uma representação para que a Comissão de Ética do Poder Legislativo analise a conduta do vereador Gustavo Sperotto (DEM) no episódio que envolve o vazamento de uma gravação em que o vereador confirma a existência de pagamento de propina em troca de emendas parlamentares ao Plano Diretor e acusa seis vereadores de participar do esquema. O áudio chegou ao Ministério Público (MP) nesta segunda-feira, dia 14, e resultou na abertura de um inquérito civil que tramita em sigilo de investigação.
Na sessão legislativa da segunda-feira, Camerini solicitou aos colegas que assinassem um requerimento para a abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar a veracidade das denúncias, e afirmou que a postura do vereador em não denunciar a existência do esquema não permite que ele siga como presidente da comissão de ética do Parlamento bento-gonçalvense.
Por isso, Camerini protocolou a representação contra Sperotto. Para ele, como o vereador não citou os nomes dos colegas que supostamente teriam aceitado a propina de R$ 40 mil, a declaração coloca em xeque o trabalho de todos os parlamentares e, por esse motivo, Camerini entende que o comportamento de Sperotto representa um ato de quebra de decoro.
“Além de levantar suspeitas sobre a credibilidade da atuação de todos os eleitos pelo povo, há outro ponto muito importante que me motivou a pedir a abertura deste processo interno: a omissão do vereador, que, ao supostamente testemunhar uma oferta de propina, não levou o caso diretamente às autoridades competentes. No meu entendimento, isso é um fato gravíssimo, que não pode passar em branco”, afirmou.
Nesta semana, Camerini encaminhou um Requerimento à Mesa Diretora da Casa, solicitando o imediato afastamento de Sperotto do posto de relator da Comissão de Ética, justamente em função da investigação acerca do áudio divulgado, que já está sendo conduzida pelo Ministério Público (MP).
“Entendo que é extremamente incompatível mantê-lo nesta função, pelo menos enquanto a investigação prossegue. Nossa população quer transparência e, sobretudo, respostas, e elas só virão se atuarmos com seriedade e responsabilidade”, conclui Camerini.