O movimento abaixo do esperado registrado no comércio que apresentou redução de 11,1%, unido ao desempenho fraco da indústria com retração de 5,5%, foram determinantes para a queda de 2,5% da economia caxiense no mês de abril na comparação com março.
Um dos fatores que contribuiu para que a economia apresentasse indicadores negativos foram as duas sextas-feiras de feriado, que comprometeram a produção da indústria e reduziram as vendas do comércio. O setor de serviços foi o único que registrou melhora (7,8%).
Apesar dos índices negativos a economia vinha apresentando uma “despiora”, como caracterizaram os economistas da Câmara de Indústria Comércio e Serviços (CIC), o temor é de que as denúncias envolvendo o presidente Michel Temer (PMDB) e seu governo, acabem freando a lenta recuperação que vinha ocorrendo.
Para o assessor de Economia e Estatísticas da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL), Mosár Leandro Ness, é necessário que as reformas trabalhista e da previdência sigam independente do que venha acontecer com o presidente, ou quem venha a ocupar o cargo.
“O ideal seria que as reformas acontecessem, pois isso sinalizaria para o estado de expectativas gerais dos investidores e da própria sociedade, que nós temos um horizonte claro, delineado de crescimento a longo prazo. Agora se nós ficarmos nos debatendo na crise política, e discutirmos somente essa questão e abandonarmos as reformar, isso seria, sem dúvida, o que mais penalizaria a nossa sociedade”, explica.
O diretor de Economia, Finanças e Estatísticas da CIC, Astor Schmitt, também defendeu as reformas, e pediu que a justiça investigue os políticos envolvidos com denúncias de corrupção.
“No momento especial que estamos vivendo, temos que torcer e contribuir que os agentes econômicos e as reformas tenham um andamento normal. Que não se trunque esse processo. Nós torcemos também para que se nossas lideranças, tenham o nome que tiverem, cometeram ilicitudes que isso seja tratado pela justiça e somente por ela”, destaca.
O mercado de trabalho também foi afetado pela queda da economia, após três meses de crescimento, Caxias do Sul registrou 329 demissões no mês de abril.