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Senador Paim acredita que reforma não passa antes do término da CPI

Senador Paim acredita que reforma não passa antes do término da CPI
CPI da Previdência deve aprovar relatório em julho (Fotos: arquivo)

O senador Paulo Paim (PT), presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Previdência, instalada no final de abril para analisar as contas da Previdência Social, acredita que o projeto de emenda constitucional que pretende realizar a reforma da Previdência (PEC 287/2016) não vai passar no Congresso Nacional antes da apresentação do relatório da CPI. Paim defende que não há votos suficientes para o governo.

Senador Paulo Paim preside a CPI

Claro que não passa. Porque acham que o governo não votou até hoje? Porque ele sabe que não tem voto. E cada dia piora. A medida que o governo despenca, vai perdendo mais votos na Câmara e também no Senado”, afirmou o senador.

Na próxima segunda-feira, dia 29, a CPI fará uma audiência pública interativa com especialistas em direito previdenciário e representantes da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) para debater a situação financeira da previdência. No dia 15 deste mês, membros das equipes econômica e jurídica do governo confirmaram que há déficit nas contas, apresentaram dados e rebateram as críticas de que possa haver maquiagem nos números da seguridade social para justificar a reforma proposta pelo Executivo.

O presidente da comissão rebate o argumento. “É uma farsa”, afirma o senador. Para ele, todos os depoentes, inclusive aqueles ligados ao governo, admitiram que não repassam as mais de 100 contribuições à previdência correspondentes a impostos como o PIS/Pasep e jogos lotéricos ou ainda sobre o lucro e faturamento das empresas, além de admitirem que utilizam os recursos para pagar a folha de pagamentos. O senador defende ajustes.

É só fazer ajustes que a previdência aumenta o superávit, que nos últimos anos não baixou dos R$ 50 bilhões. Nesse país é o seguinte: quem paga a contribuição paga muito, e quem não paga, não paga nada. É isso que estamos revertendo”.

Paim se refere às dívidas que diversas empresas têm com o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). Ele assegurou que os 25 maiores devedores já foram convidados a depor perante a CPI para explicar as razões das dívidas bilionárias com a instituição a partir de 8 de junho. Dentre os maiores devedores, estão empresas do setor de frigoríficos, bancos, educação, transporte e indústria.

Todos estão convocados”, confirmou o senador, que denuncia que os “5% mais ricos” são aqueles que não pagam a previdência e que, segundo procuradores da Fazenda, têm uma dívida anunciada com a União em torno dos R$ 2 trilhões.

Nós convidamos num primeiro momento, e é claro que eles vão recuar. Mas nós vamos convocar, e eles vão ter que ir lá dizer porque, por exemplo, o grupo JBS não pagou R$ 2 bilhões para a previdência”, revelou.

A CPI deve apresentar seu relatório final em julho, garantiu o senador.

Ouça a entrevista com o senador Paulo Paim: