Farroupilha

Comissão de Ética vai investigar discurso racista de vereadora Eleonora Broilo

Manifestações da vereadora provocaram instalação de Comissão de Ética (Foto: reprodução)
Manifestações da vereadora provocaram instalação de Comissão de Ética (Foto: reprodução)


Manifestações da vereadora provocaram instalação de Comissão de Ética (Foto: reprodução)

A vereadora Eleonora Broilo (PMDB) deverá responder a um inquérito na Câmara de Vereadores de Farroupilha por manifestações de discriminação racial em plenário. Na tarde desta terça-feira, dia 23, sete vereadores encaminharam uma representação pela abertura da Comissão de Ética para analisar as manifestações da vereadora em que criticou nordestinos durante a sessão legislativa da segunda-feira, dia 22.

Eu acho que os nordestinos sabem muito bem se unir, sim, para roubar. Eles sabem ganhar propina. Eu acho que eles sabem se unir para aumentar a corrupção. Isso eu acho que eles são donos. Isso eu concordo plenamente. Talvez até eles não saibam nem falar muito bem, mas sabem roubar que é uma maravilha”, disse a vereadora.

Depois, ao ser alertada pelo vereador Tiago Ilha (PRB) de que poderia ser mal interpretada, a vereadora ressaltou que estava se referindo aos políticos nordestinos.

O povo nordestino é um povo que merece o nosso respeito pelo sofrimento dele. Eles não têm culpa nenhuma do seu político. Eu quis realmente falar sobre o político nordestino”, explicou.

Mas a explicação não foi suficiente para impedir a instalação da comissão, que deve iniciar os trabalhos até a próxima terça-feira, dia 30, acredita o presidente do Legislativo, Fabiano Piccoli (PT). Até lá, os seis partidos com assento na casa devem indicar um representante. Como o presidente não pode participar da comissão, o PT ficará sem representante.

A comissão terá 30 dias para ouvir os envolvidos, examinar os arquivos da sessão, solicitar auxílio de profissionais caso julgar necessário e da Ouvidoria da Câmara. O prazo poderá ser prorrogado por outros 30 dias.

Para o presidente, o relatório pode apontar que não houve abuso por parte da vereadora, pode indicar uma advertência, pode acarretar em uma suspensão temporária do mandato ou mesmo na cassação do mandato da médica pediatra.

Caso o parecer seja pela abertura de processo de cassação do mandato, a decisão precisa ser corroborada em plenário mediante a maioria de dois terços da bancada.

De acordo com assessoria da Câmara, a comissão de ética não era formada desde 2013, quando solicitou a retratação do vereador Lino Troes (PDT).

Em nota oficial distribuída no final da tarde desta terça-feira e assinada pelo prefeito Claiton Gonçalves, a prefeitura afirmou que “repudia terminantemente as manifestações da vereadora”. “As opiniões expressadas pela parlamentar não correspondem aos ideais e ao modo de agir e pensar da comunidade farroupilhense. Somos contra qualquer forma de preconceito e discriminação”, afirmou a nota.

Quem assinou o reuqerimento:

Alberto Maioli (Rede)

Aldir Toffanin (PDT)

Odair José Sobierai (PSB)

Rau Herpich (PDT)

Sandro Trevisan (PSB)

Thiago Brunet (PDT)

Tiago Diord Ilha (PRB)

Assista o discurso da vereadora: