Bento Gonçalves

Serrana não tem estrutura na cidade para garantir coleta e impasse continua

Serrana não tem estrutura na cidade para garantir coleta e impasse continua

Enquanto a solução para o impasse que envolve a coleta de lixo em Bento Gonçalves, prometida para este sábado, dia 20, não acontece, a cidade segue sofrendo os prejuízos da suspensão do serviço desde a quinta-feira, dia 18, sem uma real perspectiva de que a situação seja normalizada em breve.

Mesmo que a prefeitura confirme a contratação da empresa Reciclagem Serrana, de Nova Bassano, e que projete o início dos trabalhos para este sábado, é difícil que a empresa tenha estrutura para normalizar o serviço. Ontem, a empresa publicou um anúncio para a contratação com urgência de 36 funcionários para atuar na cidade. Pelo anúncio, ela está recrutando 12 motoristas e 24 garis coletores, que deverão passar por treinamento para o exercício da função.

Além disso, poucos detalhes do novo contrato e de como será a prestação de serviços já são conhecidos. O que se sabe é que a contratação terá duração de até 90 dias, ou até que o novo processo licitatório esteja concluído, e a prefeitura vai pagar mensalmente R$ 559 mil. O valor é R$ 120 mil mais barato do que a proposta apresentada pela RN Freitas, cujo contrato encerrou no dia 16 e não foi renovado, o que provocou a suspensão da coleta de lixo na quinta-feira, dia 18.

A empresa de Nova Bassano deve receber pelo serviço de coleta do lixo orgânico e reciclável e o transporte dos resíduos orgânicos até o município de Minas do Leão, mas ainda não sabe se contará com uma estrutura adequada. No sábado, havia apenas cinco caminhões da empresa na cidade.

Informações extraoficiais dão conta de que a Serrana deve trabalhar inicialmente com 12 caminhões e 24 coletores, enquanto a RN Freitas oferecia 22 caminhões e 40 coletores por um contrato de R$ 670 mil. Além disso, a empresa não teria o número de caminhões suficiente para a realização do serviço, e estaria contando com frota alugada de outras empresas para apresentar em Bento Gonçalves.

Até o momento, a reportagem não conseguiu contato com a empresa em Nova Bassano.

Se os dados forem confirmados, a conta não bate, porque a simples economia nominal pode não representar a continuidade da prestação do serviço com qualidade e tampouco uma relação custo/benefício favorável. O valor do contrato da Serrana representaria R$ 46,5 mil de custo mensal por caminhão, enquanto a RN Freitas praticaria um custo de R$ 30,8 mil a cada caminhão utilizado no serviço.

Enquanto a prefeitura prometia uma solução para o início da tarde deste sábado, o que não ocorreu, o lixo segue acumulando nas calçadas. Na tarde da sexta-feira, dia 19, uma ação emergencial da prefeitura colocou servidores a recolher o lixo que começava a se acumular, principalmente na área central da cidade. Em caminhões inadequados, com os servidores expostos, em cima das caçambas, e sem equipamentos de segurança. A operação se repetiu no início da tarde do sábado com terceirizados contratados pela CCS, responsável, entre outros serviços, pela varrição das ruas.

Além disso, sem o transporte dos resíduos para o aterro sanitário em Minas do Leão, o lixo segue estocado também na área de transbordo, e outras irregularidades podem ser verificadas, até mesmo com a presença de lixo que exige tratamento adequado.