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Cerimônia discreta marca o sepultamento do papa Francisco

Jorge Mario Bergoglio, o papa Francisco, foi sepultado na manhã deste sábado na Basílica Santa Maria Maggiore, em Roma, na Itália. O corpo do Pontífice chegou ao local após três dias de velório e uma missa que foi acompanhada por pelo menos 250 mil pessoas na Praça de São Pedro.

Fiéis, autoridades e religiosos de diversas partes do mundo foram acompanhar a despedida de um dos líderes mais carismáticos do planeta. O pontificado de Francisco durou pouco mais de 12 anos, iniciado em 13 de março de 2013 e encerrado, com a sua morte, em 21 de abril de 2025.

Na sua trajetória à frente da Igreja Católica, Francisco mostrou-se um homem simples e dedicado à religião. Enfrentou temas delicados e importantes para a humanidade e fez questão de abrir a Igreja para todos.

O então cardeal Bergoglio foi o primeiro pontífice a adotar o nome Francisco, em homenagem ao santo dos pobres, quando foi eleito. O 266º papa trouxe seu estilo austero do “fim do mundo”, o que o levou a escolher um apartamento sóbrio em vez do luxuoso Palácio Apostólico, e a convidar moradores de rua e prisioneiros para sua mesa.

A luta contra a pedofilia na Igreja e a busca por um papel maior para mulheres e leigos fazem parte de seu legado reformista, que também enfrentou forte oposição conservadora dentro da instituição.

A despedida de Francisco abrirá caminho para a eleição de seu sucessor. O conclave para elegê-lo deve ser convocado entre 15 e 20 dias após sua morte, embora os cardeais possam fazê-lo antes, em uma data ainda a ser definida.

A missa

Grupos de jovens chegaram a dormir na Praça de São Pedro para garantir um bom lugar na missa do funeral. Por volta das 5h40 (0h40 de Brasília), uma multidão já aguardava no local. O acesso dos fiéis, que corriam para garantir um bom lugar para dar o último adeus a Jorge Mario Bergoglio, foi liberado pouco mais de 20 minutos depois.

Com o nascer do sol, a multidão tomou conta da Praça de São Pedro. Detectores de metal foram alocados nas principais vias de acesso. A polícia revistava mochilas e pedia que cada pessoa bebesse água de sua garrafa por medida de segurança.

Cerca de 50 chefes de Estado participam do funeral. Entre eles, estão o presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, o presidente da Argentina (terra natal de Francisco), Javier Milei, e dez monarcas.

A cerimônia começou com a Missa das Exéquias. O evento foi comandado pelo cardeal Giovanni Battista Re, decano do colégio de cardeais. Perto do altar ficaram 220 cardeais e 750 bispos, além de aproximadamente 4 mil padres.

Em sua homilia, Battista Re disse que o argentino sabia se comunicar com um estilo informal e espontâneo e lembrou que a última imagem que muitas pessoas têm de Francisco é a dele proferindo o que se tornaria sua bênção final no Domingo de Páscoa e saudando-o do papamóvel na mesma praça onde seu funeral foi celebrado.

Legado do papa e Acolhimento da Igreja

O cardeal também destacou o fato de Francisco ter defendido durante o seu papado que a Igreja deveria acolher os fiéis sem julgá-los.

“Ele foi movido pela convicção de que a Igreja é um lar para todos, um lar com suas portas sempre abertas… uma Igreja capaz de se curvar diante de cada pessoa, independentemente de suas crenças ou condições, e curar suas feridas.”

O decano foi interrompido pelos aplausos da multidão quando recordou o compromisso de Francisco com a paz.

“Diante das guerras devastadoras destes anos, com horrores desumanos e inúmeras mortes e destruições, o papa Francisco tem incessantemente levantado a sua voz implorando pela paz e apelando à sensatez, a negociações honestas para encontrar soluções possíveis, porque a guerra é apenas a morte de pessoas, a destruição de lares, hospitais e escolas”, disse o decano. “A guerra deixa sempre o mundo pior do que era antes: é sempre uma derrota dolorosa e trágica para todos”, acrescentou.

Após a homilia, as orações dos fiéis foram recitadas em francês, árabe, português, polonês, alemão e mandarim.

Cortejo

Já na metade da manhã deste sábado o caixão do papa Francisco chegou à sua última morada, a Basílica de Santa Maria Maggiore.

Seu enterro, o primeiro de um pontífice fora dos muros do Vaticano desde Leão XIII em 1903, concluiu o pontificado.

Antes disso, o papa móvel recebeu o caixão e depois, na companhia de batedores, percorreu as ruas de Roma, passando por locais icônicos como o Coliseu, onde milhares de pessoas acompanharam o cortejo fúnebre.

Fonte: Correio do Povo

Yago De Boni

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