Geral

Votação sobre a descriminalização do aborto é suspensa após pedido de destaque de ministro do Supremo

O ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Luís Roberto Barroso pediu destaque no julgamento sobre a descriminalização do aborto até a 12ª semana de gestação. Com isso, o caso deixa o plenário virtual e terá que ser votado de forma presencial.

A análise no plenário virtual foi aberta na madrugada desta sexta-feira (22). Com o pedido de destaque, a votação foi suspensa. Até então, o único voto registrado foi o da ministra Rosa Weber, relatora do caso, que votou pela descriminalização do aborto no Brasil.

A ação, apresentada pelo PSOL em 2017, pede a liberação do aborto para grávidas com até 12 semanas de gestação. Atualmente, o aborto é autorizado no País em três situações: se houver risco de morte para a mulher por causa da gestação, se a gravidez foi provocada por estupro e se o feto for anencéfalo (sem cérebro).

Antes do início da análise no plenário virtual, já havia a expectativa de que um dos ministros do STF interrompesse a votação – seja pedindo mais tempo para analisar, seja solicitando que o tema fosse enviado ao plenário presencial.

Como presidente do Supremo e relatora da ação, Rosa decidiu pautar o tema diante da proximidade da sua aposentadoria compulsória. A ministra terá que deixar o STF até o dia 2 de outubro, quando completará 75 anos.

Ao pautar o tema no plenário virtual, Rosa garantiu a apresentação do seu voto na ação e que esse voto será contabilizado, mesmo se o julgamento só for concluído quando ela estiver aposentada.

No voto, Rosa disse que a questão da descriminalização já perdura por mais de 70 anos no Brasil e que as mulheres foram silenciadas, durante a década de 1940, quando houve debate sobre o tema.

“A dignidade da pessoa humana, a autodeterminação pessoal, a liberdade, a intimidade, os direitos reprodutivos e a igualdade como reconhecimento, transcorridas as sete décadas, impõem-se como parâmetros normativos de controle da validade constitucional da resposta estatal penal”, escreveu.

Ainda no voto, a ministra fez um apelo para que o Congresso e o Poder Executivo elaborem e implementem um sistema de justiça social reprodutiva.

“A dimensão prestacional da justiça social reprodutiva, como argumentado, explica a desconstituição da validade da política punitiva de encarceramento, que não se demonstra suficiente e proporcional enquanto política pública de desestímulo à gravidez indesejada, tampouco eficaz na perseguição da sua finalidade subjacente, que é tutela da vida humana. Por isso, a necessidade, melhor, a imprescindibilidade da sua execução”, declarou.

Fábio Carnesella

Jornalista com pós graduação em comunicação digital. Atua no jornalismo desde 2002, com passagens por diversos emissoras da serra gaúcha. Assessor de imprensa na Câmara dos Deputados e Diretor de Comunicação da Prefeitura de Flores da Cunha.

Recent Posts

Conclave para escolher novo papa começa em 7 de maio, confirma Vaticano

135 cardeais se reunirão na Capela Sistina para eleger o sucessor de Francisco e definir…

17 minutos ago

Caxias do Sul Basquete vence Flamengo fora de casa e força quarto jogo dos playoffs do NBB

Com atuação histórica, Caxias supera Flamengo por 78 a 76 no Rio de Janeiro e…

54 minutos ago

Paratleta de clube da Serra Gaúcha conquista bronze em etapa mundial de natação nos Estados Unidos

Larissa Rodrigues, do Recreio da Juventude, conquistou o pódio nos 50 metros costas

1 hora ago

Inter anuncia retorno de técnico para o time feminino

Comandante já esteve à frente das gurias coloradas em 2022

2 horas ago

Juventude chega à quarta derrota no Brasileirão Feminino ao perder para o Flamengo

Equipe alviverde não conseguiu vencer o time carioca, pela 7ª rodada

2 horas ago

Caxias enfrenta o Guarani na estreia do técnico Júnior Rocha

Jogo é válido pela terceira rodada da Sèrie C do Campeonato Brasileiro

2 horas ago

This website uses cookies.