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Setembro Amarelo abre reflexão sobre o suicídio em tempos de pandemia

Estamos no Setembro Amarelo, mês de prevenção ao suicídio, e as atenções se voltam às consequências relacionadas ao momento de pandemia que vivemos. A campanha, iniciada em 2015 no Brasil, escolheu o mês de setembro para conscientizar e ajudar contribuindo com a prevenção. Segundo o último levantamento da Organização Mundial da Saúde (OMS), mais de 700 mil pessoas decidiram tirar a própria vida em 2019, número superior ao de mortes por HIV, malária, câncer de mama e homicídio. De acordo com a OMS, a cada 45 minutos, uma pessoa comete suicídio e 90% dos casos poderiam ser evitados. No Brasil, foram registrados 12.895 casos em 2020, de acordo com os dados do Anuário Brasileiro de Segurança Pública.

Em Bento Gonçalves, segundo dados divulgados em 2017 pelo setor de Vigilância Epidemiológica, ocorreram 371 suicídios nos últimos 39 anos. Em média, dez bento-gonçalvenses cometem suicídio todos os anos. O problema é a 15ª principal causa de morte da população. Os dados referentes ao suicídio no município, segundo a Vigilância, não foram atualizados, pois os esforços da entidade estão concentrados no combate à pandemia do coronavírus. Conforme Maurice Bouwar, da Coordenadoria da Saúde Mental da Secretaria de Saúde de Bento Gonçalves, a pandemia trouxe à tona uma pandemia que já existe, referindo-se à doença Depressão. O suicídio é um problema de saúde, um sintoma da gravidade de uma doença psiquiátrica que deve ser abordado de forma ética, profissional e terapêutica.

Para a psicóloga coordenadora do Núcleo de Orientação frente ao Suicídio de Bento Gonçalves, Franciele Sassi, questões que envolvem saúde mental têm ganhado maior visibilidade e importância nos últimos tempos, principalmente em decorrência da pandemia do coronavírus. Segundo ela, tantas mudanças no cenário atual vêm exigindo mais recursos emocionais e esforços mentais em termos de construção de significados para a vida e sentido para a existência em meio ao caos.

“Há uma relação importante também entre este período e o aumento nos números de ligações para centros de ajuda e valorização da vida, por exemplo, justamente por conta de tantas restrições e impedimentos que lançaram a todos para uma dimensão desconhecida, ameaçadora, solitária e angustiante. As pessoas precisam colocar para fora sentimentos e emoções, sentirem-se escutadas, compreendidas, reconhecidas e amparadas no seu sofrimento”, explica.

É sempre difícil falar sobre suicídio, porém, não fazê-lo só aumenta o tabu e desencoraja a busca por profissionais de saúde que podem ajudar. Como uma forma de contribuir para a prevenção, Franciele destaca que os meios de comunicação digitais têm sido grandes aliados para ajudar as pessoas a se aproximarem umas das outras.

Telefones úteis:
-Núcleo de Orientação Frente ao Suicídio de Bento Gonçalves – (54) 99934-1643
-Coordenadoria da Saúde Mental de Bento Gonçalves – (54) 3055-7257

Patricia Larentis

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