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Ministério do Trabalho autua com 15 infrações hotel de Garibaldi onde vivia idosa desaparecida há 44 anos

Ministério do Trabalho autua com 15 infrações hotel de Garibaldi onde vivia idosa desaparecida há 44 anos

O hotel de Garibaldi onde vivia uma idosa desaparecida há 44 anos foi autuado pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) de Caxias do Sul, com 15 infrações que teriam sido cometidas durante o período em que a mulher de 74 anos viveu no estabelecimento.

Luíza, como era chamada, havia sido dada como desaparecida desde 1979 e foi encontrada no dia 31 de janeiro, após denúncia anônima de maus-tratos e situação análoga à escravidão. Ela estava morando em um espaço no térreo do hotel, localizado no centro de Garibaldi.

Conforme informações dos representantes do empreendimento, a idosa residia no hotel há 33 anos. Ela chegou a trabalhar nas dependências entre 1990 e 2000. No entanto, após o encerramento do vínculo de trabalho, a idosa não teria para onde ir e acabou acolhida pela família. De acordo com o advogado de defesa, Flavio Green Koff, a idosa tinha total liberdade, podendo ir e vir sem impedimentos e teria recursos financeiros disponíveis para fazer compras no mercado e farmácias. O local onde ela moraria teria acesso a um banheiro, além de contar com uma cozinha para ela preparar o próprio alimento. Segundo o representante a idosa também possuía acesso a cozinha do hotel, realizando ali algumas refeições.

No entanto, segundo o gerente Regional do Ministério do Trabalho e Emprego, Vanius Corte, após inspeções e análises, o MTE apontou diversas infrações pelas quais o hotel está sendo autuado. “Foram 15 autos de infração entregues à empresa. Entre eles, foi considerado que a senhora trabalhava no local sem registro, não tinha carteira assinada, não tinha pagamento do FGTS, não tinha salário mensal, ela não tinha férias e nem 13º. Além disso, não realizava exames médicos obrigatórios, estava utilizando instalações inadequadas, refeitório inadequado, falta de pagamento da rescisão trabalhista, não pagamento da multa de 40% da rescisão e, também, o hotel foi autuado por manter trabalhador em condição análoga a escravo. Cada uma das infrações redunda em um auto de infração, por isso se chegou neste número, pela gravidade da situação.”, explica.

Em contato com a reportagem do Grupo RSCOM, o advogado de defesa afirmou que até a manhã desta terça-feira (14), a documentação do MTE ainda não havia sido recebida. Ainda, segundo o gerente do Ministério do Trabalho, após o recebimento dos documentos, o hotel terá até 10 dias para apresentar defesa sobre as infrações apontadas. “Após analisar a defesa apresentada, o MTE realiza o cálculo e impõe uma multa com base nas irregularidades consideradas aplicáveis”.

Lilian Donadelli

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