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Dependência química é um dos principais obstáculos para recuperação da população em situação de rua

A presidente da Fundação de Assistência Social (FAS), Geórgia Tomasi, informou no programa Bom Dia Trabalhador, da Rádio Viva, nesta quinta-feira (14), que são atendidas pelo Cadastro Único (CadÚnico), Centro Pop Rua e abordagem social em Caxias do Sul mais de 2 mil pessoas em situação de rua ao ano. Ela reconheceu que esse público aumentou após a pandemia da Covid-19, e relatou o andamento da chamada ‘força-tarefa’ de acolhimento nas ruas, que promove ação nesta tarde.

Até às 17h, equipes da FAS disponibilizaram, na Praça Dante Alighieri, passagens de ônibus para quem deseja retornar para sua cidade natal, encaminhamentos para documentação civil, políticas públicas, questões habitacionais, e tiraram dúvidas. O Instituto Amar ao Próximo também ofereceu cortes gratuitos de cabelo e barba.

A prefeitura intensificou os trabalhos após José Monteiro da Silveira, 35 anos, ser morto a facadas enquanto passeava com seu cachorro, no bairro Rio Branco, na noite do dia 24 de fevereiro. O principal suspeito, um homem de 39 anos, foi preso e apontado como morador em situação de rua, o que foi negado posteriormente pelo Comitê Pop Rua, e não foi confirmado em inquérito da Polícia Civil.

De acordo com a presidente da FAS, Caxias é sobrecarregada por uma alta demanda de pessoas sem moradia regular provenientes de outras cidades, e, na serra, é a única que oferece atendimento especializado na área da assistência social para este público.

“Os dados nos apontam que conseguimos fazer um trabalho de revincular eles com a família, de retorno para a cidade de origem, ou até mesmo de eles se reorganizarem e conseguirem entrar no mercado de trabalho. Mas, realmente, 60% das pessoas que são atendidas nos serviços da FAS não são naturais de Caxias. “, disse Geórgia Tomasi.

Geórgia Tomasi ocupa o cargo desde abril do ano passado | Foto: Natália Silvestre Soares/Prefeitura de Caxias/divulgação

Um dos principais obstáculos elencados por ela é a dependência química. Geórgia afirmou que “hoje, mais de 90% dos usuários das casas de passagem alegam que fazem algum uso de substância psicoativa”, fator que alonga o tempo de recuperação e impõe barreiras na sonhada reinserção social. A maioria das vezes em que os serviços da FAS são acionados, revelou, é para atender pessoas que, em algum momento, já receberam atenção do poder público.

“É um trabalho em conjunto das secretarias. Já realizávamos muito esse trabalho enquanto assistência, enquanto saúde, habitação, mas de forma um pouquinho mais fragmentada. E, a partir da força-tarefa, então, são ações em conjunto, esse é o diferencial”, explicou a presidente da fundação.

Conforme os últimos dados divulgados pela prefeitura ainda na terça-feira passada (5) referentes a primeira semana da ação integrada, a FAS encaminhou nove pessoas para acolhimento em seus serviços. A Secretaria da Saúde (SMS) conduziu três pessoas para escutas no Centros de Atenção Psicossocial (CAPS), uma para acolhimento noturno e outra para consulta em UBS pelo consultório na rua.

 

Luca Roth

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