Grupos multidisciplinares ajudam fumantes a abandonar o tabagismo em Caxias do Sul

Em 29 de agosto é celebrado o Dia Nacional de Combate ao Fumo. Dados da Secretaria Municipal de Saúde (SMS) de Caxias do Sul revelam que os grupos antitabagismo que atuam nas Unidades Básicas de Saúde (UBSs) ajudaram 77 pessoas a parar de fumar, entre janeiro e abril deste ano. Os agora considerados como ex-fumantes encerraram o ciclo inicial de tratamento. Atualmente, realizam as sessões periódicas de manutenção.

A rede pública municipal de saúde conta com 12 grupos em funcionamento. Os mais recentes foram instalados este mês, nas UBSs Serrano e Vila Ipê. A finalidade é ajudar os fumantes a deixar do vício, a fim de terem mais qualidade de vida. Além disso, prevenir doenças causadas pelo consumo de produtos que contêm tabaco, como cigarros, cachimbos e dispositivos eletrônicos.

Os grupos são coordenados pela equipe de saúde da UBS, que é capacitada pelo Programa Nacional de Controle do Tabagismo (PNCT). Ele prevê que o acompanhamento por abordagem cognitivo-comportamental, trabalhando o psicológico, a dependência e o hábito de fumar, podendo também pode ser incluído tratamento medicamentoso, conforme o grau de dependência. Para que o tratamento seja efetivo, é preciso que o paciente compareça efetivamente aos encontros, sem faltas.

Processo

Os integrantes dos grupos antitabagismo participam de rodas de experiências em que cada um comenta sobre as estratégias que utiliza no dia a dia para tentar parar de fumar. Além disso, há suporte com uso de medicação, com base na avaliação individual.

Os participantes recebem materiais informativos com conteúdos diversos, tanto quanto ao uso do tabaco e seus malefícios quanto a respeito de maneiras para controlar a vontade de fumar, como técnicas de respiração ou dicas de alimentação que podem suprir a vontade de consumir tabaco.

Os grupos realizam encontros obrigatórios uma vez por semana durante o primeiro mês. No segundo mês, as reuniões são quinzenais e também obrigatórios. A partir daí, são realizadas sessões de manutenção, uma vez ao mês. Elas servem para manutenção de vínculos, acompanhamento da evolução do tratamento e relatos de experiências.

Para participar, é preciso contatar a UBS mais próxima para avaliação individual. As Unidades formam os grupos a partir da demanda e também por indicação médica. Em média, os grupos têm de oito a 15 integrantes.

De acordo com a chefe da Equipe de Atenção à Saúde de Portadores de Doenças Crônicas e Populações Vulneráveis, enfermeira Fabíola Balardin, o tabagismo é um fator de risco modificável. Isso porque, ao parar de fumar, o risco de morte e de complicações por doenças como hipertensão, tabagismo, diabetes, câncer e outras diminui.

“O SUS oferece tratamento e apoio para a cessação do tabagismo, então a pessoa que deseja parar de fumar pode procurar a UBS do seu território e receber então as orientações necessárias. O tratamento faz parte de uma política nacional de combate ao tabagismo e oferece, através de grupos terapêuticos, a abordagem cognitivo-comportamental e, se necessário, também a depender das condições clínicas e grau de dependência, pode ser ofertado o tratamento medicamentoso. Parar de fumar é sempre uma ótima decisão, melhora a qualidade de vida e traz benefícios a curto e longo prazos, tanto para o tabagista como também para as pessoas que se relacionam com ele, e também de uma forma geral para toda a sociedade”, salienta.

Alerta

O consumo de cigarros, cachimbos, charutos ou uso de dispositivos (cigarros eletrônicos, canetas, pen drive e vaporizadores) pode gerar dependência e oferecer riscos graves à saúde. Além disso, causa complicações como câncer de pulmão, boca, laringe e esôfago, bem como enfisema pulmonar, bronquite, doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) e doenças cardiovasculares.

Confira alguns dos benefícios após parar de fumar:

• Após 20 minutos: a pressão sanguínea e a pulsação voltam ao normal.
• Após 2 horas: não há mais nicotina circulando no sangue.
• Após 8 horas: o nível de oxigênio no sangue é normalizado.
• Após 12 a 24 horas: os pulmões já funcionam melhor.
• Após 1 ano: o risco de infarto agudo do miocárdio é reduzido pela metade.
• Após 10 anos: o risco de infarto agudo do miocárdio é igual ao das pessoas que nunca fumaram.

 

*Com informações da assessoria de comunicação da Secretaria Municipal de Saúde