Não é mais tão incomum ver capivaras passeando tranquilamente por parques, praças, terrenos baldios e até atravessando ruas em plena luz do dia. Esses encontros curiosos, antes limitados a áreas de mata ou beira de rio, estão cada vez mais frequentes em bairros urbanos de grandes cidades. Mas afinal, por que esses animais silvestres estão invadindo os espaços urbanos com tanta naturalidade? A resposta está em uma mistura de desequilíbrio ambiental, ocupação desordenada e uma surpreendente capacidade de adaptação.
As capivaras não estão se tornando “urbanas” por escolha. O que está acontecendo é um reflexo direto da forma como as cidades crescem e como os recursos naturais vão sendo comprimidos ou alterados. Entender esse movimento é essencial para repensarmos nossa relação com a natureza — e com os animais que, literalmente, batem à nossa porta.
Antes de entender o “porquê” da invasão urbana, é importante lembrar quem são esses simpáticos roedores. As capivaras são os maiores roedores do mundo, podendo chegar a 80 kg. São animais sociais, vivem em grupos e têm hábitos semi-aquáticos — ou seja, precisam de acesso à água para sobreviver. Seus habitats naturais incluem margens de rios, lagos, brejos e áreas alagadas, onde encontram alimento abundante e segurança.
Elas se alimentam principalmente de gramíneas, folhas e plantas aquáticas, e são animais pacíficos, com poucos predadores naturais quando adultas. Por conta disso, conseguem conviver bem em grupo e se reproduzir com facilidade.
O principal motivo é a perda de habitat natural. Com o avanço das construções, expansão imobiliária e desmatamento de áreas de vegetação nativa, muitos grupos de capivaras são forçados a procurar novos espaços para viver. A destruição das margens de rios, por exemplo, obriga esses animais a buscar alternativas em lagos artificiais, canais e parques urbanos com gramados e vegetação rala.
Outro fator importante é a criação de espaços verdes dentro da cidade que, ironicamente, acabam atraindo os animais. Lagos ornamentais, parques com laguinhos e jardins com muita grama são ambientes perfeitos para a sobrevivência das capivaras. Elas encontram comida, abrigo e segurança — principalmente pela ausência de predadores.
Além disso, em muitos desses locais a presença humana representa baixo risco para os animais. As capivaras rapidamente aprendem que os humanos não são uma ameaça direta, e passam a transitar livremente até por calçadas e avenidas próximas.
De maneira geral, sim. Mas em ambientes urbanos, onde o contato com humanos é frequente, elas se acostumam e perdem boa parte da aversão. Isso não significa, no entanto, que devam ser tratadas como animais domesticáveis ou inofensivos.
Apesar do aspecto calmo e dócil, capivaras podem transmitir doenças. A mais conhecida é a febre maculosa, causada por uma bactéria transmitida pelo carrapato-estrela, que costuma se alojar nesses animais. Por isso, é essencial manter distância, evitar alimentá-las e, especialmente, não encostar ou deixar crianças brincarem perto.
Em diversas cidades brasileiras — como Campinas, Ribeirão Preto, Belo Horizonte e Curitiba — os casos de presença urbana de capivaras aumentaram tanto que as prefeituras começaram a desenvolver protocolos de monitoramento e controle populacional. Algumas medidas incluem:
Em alguns casos, a esterilização controlada é aplicada para conter a reprodução em áreas urbanas sem afetar diretamente os indivíduos.
A primeira e mais importante regra é não tentar interagir com o animal. Capivaras são dóceis, mas continuam sendo animais silvestres. Mantenha distância e jamais tente acariciar ou alimentar. Se ela estiver em local de risco, como ruas movimentadas, o ideal é acionar a Guarda Civil Ambiental ou o setor de zoonoses da prefeitura.
Também é importante orientar crianças e vizinhos sobre os cuidados e evitar deixar alimentos expostos em áreas próximas a parques ou margens de lagos, pois isso pode atrair ainda mais animais.
A presença das capivaras nas cidades é mais um lembrete de que a natureza não está “lá fora” — ela está por toda parte, inclusive tentando sobreviver entre prédios, avenidas e jardins planejados. Para evitar conflitos, é fundamental adotar práticas mais responsáveis, como:
Além disso, ações educativas e campanhas de conscientização são cruciais para que a população compreenda que a presença desses animais é consequência direta das nossas ações sobre o ambiente.
As capivaras não estão invadindo cidades por capricho — estão apenas tentando sobreviver em um mundo cada vez mais apertado para elas. Cabe a nós encontrar um equilíbrio entre o desenvolvimento urbano e a preservação da vida silvestre. Afinal, uma cidade verdadeiramente inteligente não é a que expulsa a natureza, mas a que aprende a conviver com ela com respeito e consciência.
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