Após prefeitura suspender novas obras, Corsan detalha serviços em reunião com vereadores de Bento Gonçalves

O superintendente regional da Corsan, Lutero Cassol, participou de uma reunião com os vereadores de Bento Gonçalves, nesta terça-feira (18). O objetivo era esclarecer a situação do abastecimento de água e investimentos da companhia no município. Encontro aconteceu por volta das 14h45, na Câmara Municipal de Vereadores.

Na última semana, o prefeito, Diogo Siqueira, determinou a suspensão da abertura de novas obras de saneamento pela Corsan, até a conclusão dos serviços em andamento na cidade.

Durante a reunião no Legislativo, os parlamentares questionaram Lutero sobre a falta de água em alguns pontos da cidade, como a Zona Sul e a Zona Norte. Bem como, levantaram questões sobre saneamento básico e o Marco Legal do Saneamento, enfatizando a necessidade de um esforço conjunto entre Corsan e o poder público para garantir acesso ao esgoto tratado.

Contas de água, com valores elevados, também foram tema da reunião. Cassol justificou que o reajuste tarifário de 6,46% foi autorizado pelo órgão regulador. Além disso, ressaltou que os consumidores podem buscar atendimento na loja física da Corsan, no Centro da cidade, que logo mudará de endereço, ou por meio do aplicativo digital.

Participaram da reunião o presidente da Comissão de Infraestrutura, Desenvolvimento e Bem-Estar Social (CID), Thiago Fabris, o vice-presidente do Legislativo, Joel Bolsonaro, os membros titulares Sidinei da Silva, Volmar Giordani e Volnei Christofoli. Além dos vereadores Sidi Postal, Letícia Bonassina, Edson Rogério Biasi, Lúcio Lanes, José Antônio Gava, Gilmar Pessutto, Marlene Pelicioli e Duda Pompermayer.

A falta de água

Em entrevista para o Portal Leouve, Lutero Cassol destacou as melhorias implementadas, como a perfuração de poços artesianos, construção de adutoras e o desassoreamento do Arroio Barracão. Entretanto, reconheceu que problemas pontuais persistem, principalmente devido ao relevo acidentado do município, que impacta diretamente na distribuição de água.

“O principal ponto da falta de água é a manutenção de um sistema que tem em torno de 600 km de tubulações enterradas numa geografia totalmente desalinhada com um bom funcionamento de uma sensação de água. Ou seja, nós temos pontos altos e baixos em poucos metros, é uma geografia muito ruim e nesse sentido a manutenção do sistema é recorrente, porque tem pressões elevadas, rompe tubulações e toda vez que nós paramos para fazer um conserto em algum setor vai faltar água”, ressalta.

O superintendente explicou que a interrupção do abastecimento está diretamente relacionada à necessidade de manutenção das redes subterrâneas. Elas se estendem por 600 km em um terreno com grandes variações de altitude. Além disso, problemas externos, como quedas de energia, também afetam a distribuição.

“Nós temos uma falta recorrente de energia elétrica, de pisca de energia que derruba todo o sistema, e para retomar todos os nossos motores nós levamos em torno de uma hora ou mais. Eu acredito que aqui a gente vai produzir em torno de 2 milhões de litros por hora, numa conta rápida, cada hora perdida é essa vazão que nós perdemos. E derruba o sistema, como nós chamamos. Então a falta da água constante em alguns pontos, todo dia faltando aqui ou faltando ali, ela é diretamente relacionada com a manutenção do sistema. Mas as razões são diversas. O concessionário de energia vai furar a tubulação, vai furar o solo para botar um poste e pegar a tubulação”, detalha.

De acordo com Cassol, é importante que os moradores de Bento Gonçalves invistam em reservatórios domiciliares para evitar transtornos durante interrupções pontuais.

“Se todas essas pessoas que estão sofrendo com a falta d’água em algum ponto tivessem um reservatório, ela não perceberia que a gente tinha fechado o registro. Ou seja, ao colocar o reservatório minimamente ali, 300 a 500 litros, a população não sente falta mesmo que o sistema pare 24 horas”, completa.