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14 anos depois, sentença cível do caso dos Irmãos Kasmiriski é proferida

A dor de Irnes e Cláudio Kasmiriski provavelmente acompanhará o casal eternamente. Mas, 14 anos após perderem os filhos em um acidente na RS-444, o casal pode ter, enfim, a sensação de mínima justiça. Uma sentença na esfera cível condenou o motorista responsável pela morte de Itamar, William e Rodrigo e a empresa para a qual trabalhava, ao pagamento de verbas indenizatórias que podem ultrapassar os R$ 3 milhões.

Relembre

Em 11 de abril de 2009, os três irmãos se dirigiam à Associação Bento-gonçalvense de Cultura Tradicionalista Gaúcha (ABCTG), a pouco mais de um quilômetro de casa, quando foram atingidos pela haste de sustentação de um caminhão-guincho. Rodrigo morreu no local, enquanto Itamar e William foram encaminhados ao Hospital Tacchini, mas não resistiram. O motorista fugiu do local e, à época, uma perícia do Instituto Geral de Perícias (IGP) concluiu que o mecanismo apresentava defeito na trava.

Na esfera penal, o motorista foi condenado por homicídio culposo. A pena, entretanto, foi revertida em restrições de direitos e no pagamento de 15 salários mínimos aos pais dos jovens. Porém, de acordo com o advogado que representa a família, César Gabardo, o pagamento se arrasta desde 2019 e a Justiça pode definir pela restrição de liberdade.

Atualização do caso

Na esfera cível o processo andou a passos lentos. No mês passado, todavia, a decisão se deu pela condenação ao pagamento de 300 salários mínimos para cada um dos pais. Ao todo, o valor superaria os R$ 791 mil. Conforme Gabardo, porém, o valor sofrerá correção por juros de 1% ao mês, podendo chegar a R$ 2 milhões.

A decisão prevê, ainda, o pagamento mensal de 2/3 da renda dos rendimentos de um dos filhos e 2/3 do salário mínimo no que se refere às duas outras vítimas, até o ano em que os três completariam 73 anos, totalizando mais R$ 1,5 milhão e, dessa forma, finalizando o valor a ser recebido em mais de R$ 3 milhões.

O advogado da família explica que o valor terá de ser pago em conjunto pelo motorista e pela empresa. O montante poderá ser parcelado, mas os condenados precisarão apresentar patrimônio constituído que possibilite a quitação dentro do prazo estabelecido. A decisão cabe recurso por parte do motorista e também da empresa de guinchos.

Ao portal Leouve, Irnes Kasmiriski, mãe de Itamar, William e Rodrigo afirmou que se sente mais confortável ao ver, enfim, uma decisão judicial. Mas, claro, rechaça qualquer possibilidade de compensação da dor que sente a cada segundo por ter perdido os filhos. “O melhor seria tê-los conosco. Mas nos conforta saber que a justiça está sendo feita. Não estamos totalmente satisfeitos. Esperávamos mais agilidade, mas infelizmente a burocracia é assim mesmo. Ainda não é o final, mas estamos um pouco mais tranquilos. A saudade continua e vai continuar sempre. A dor é a mesma de 2009. Mas temos certeza de que onde estão, nossos filhos nos protegem.

Leon Sanguiné

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