Airton Fagundes, ex-treinador da base do Grêmio, destaca formação humana no futebol

A história de Airton Fagundes é um reflexo da dedicação, esforço e paixão pelo futebol que moldam a vida de muitos atletas e profissionais da área. Nascido em São Borja, no interior do Rio Grande do Sul, Fagundes começou sua jornada como jogador em clubes da sua região, como o Esporte Clube São Borja e Pradense, até chegar ao Caxias, São Luiz de Ijuí, e ainda passando por experiências no Paraná, com o Toledo, e em Santa Catarina, com a Caçadorense.

Com 12 anos de carreira profissional, Fagundes teve a oportunidade de vivenciar as dificuldades e alegrias de ser um jogador de futebol, mas sua trajetória foi interrompida por uma lesão no joelho aos 28 anos, colocando um fim prematuro à sua vida como atleta. Porém, ao invés de se afastar do esporte, ele encontrou uma nova paixão: a formação de novos talentos.

Foi como treinador de base que ele construiu uma carreira sólida e respeitada, começando novamente em sua cidade natal, no São Borja, e logo se destacando no Cruzeiro de Santiago, onde conquistou a Copa Santiago por duas vezes, em 2016 e 2017. Esse trabalho chamou a atenção do Grêmio, que, em 2016, contratou Fagundes para ser o responsável por diferentes categorias de base, passando pelo Sub-15, Sub-16, Sub-17 e Sub-20, acumulando quase 9 anos de serviços prestados ao clube. Durante esse período, o treinador teve um impressionante recorde de 277 jogos, 179 vitórias e um aproveitamento de 64%.

Para Fagundes, ser treinador de base vai além de ensinar táticas e estratégias. Ele acredita que o verdadeiro papel de um treinador é compreender e apoiar o lado humano dos atletas.

“O futebol é uma paixão, mas também é um sonho. E quando esses jovens vêm de lugares distantes, como o norte e o nordeste do Brasil, ou até de outros países, em busca desse sonho, é preciso entender o que eles enfrentam, as inseguranças, as saudades da família e a pressão de estar longe de casa”, explica Fagundes.

Ele vê a importância de acolher os jogadores de uma maneira integral, tornando-se não apenas um técnico, mas um mentor, um conselheiro, e até um psicólogo em alguns momentos.

“O futebol exige muito dos atletas, principalmente das categorias de base. Eles deixam para trás tudo o que conhecem – amigos, familiares, suas casas – para buscar um futuro melhor, para realizar o sonho de se tornar profissional. Eu sempre tento ser mais do que um treinador. Eles precisam de alguém em quem possam confiar, alguém que os ajude a lidar com o lado emocional dessa jornada”, afirma.

Ao longo dos anos, Fagundes percebeu que, além de técnica, um bom jogador precisa de resiliência, apoio emocional e muita força de vontade. Ele entende que, por trás de cada drible, cada gol, existe uma história de esforço, de superação, e também de sacrifícios feitos para chegar onde estão. A missão dele sempre foi ajudar esses jovens a amadurecer não apenas no aspecto esportivo, mas também no pessoal.

Recentemente, Fagundes teve a oportunidade de vivenciar uma nova experiência internacional. Convidado pelo Albion Football Club, o clube formador mais antigo do Uruguai, ele participou de um torneio sub-16 em Montevidéu. Para ele, essa viagem foi uma chance de ampliar seus horizontes e entender melhor como o futebol de base é desenvolvido em outros países da América do Sul.

“Fui para aprender, para me atualizar, para ver novos talentos e enriquecer meu repertório. O futebol no Uruguai tem uma cultura diferente, mas que também valoriza a formação humana e técnica. Isso me fez refletir sobre como podemos implementar ainda mais essa visão no futebol brasileiro”, diz Fagundes.

Com uma abordagem inovadora e uma vasta experiência no futebol de base, Airton Fagundes demonstra estar sempre em busca de evolução pessoal e profissional. Sua dedicação à formação humana e técnica dos atletas reforça seu compromisso com o esporte e o valor que ele pode agregar a qualquer equipe interessada em potencializar o desenvolvimento de jovens jogadores.