Papa Francisco reaparece no Domingo de Páscoa e pede paz diante dos conflitos globais

Milhares de fiéis lotaram a Praça de São Pedro, no Vaticano, neste Domingo de Páscoa, para ver o Papa Francisco. Mesmo com a saúde debilitada após uma internação por pneumonia bilateral, o Pontífice de 88 anos fez questão de aparecer na sacada da Basílica para saudar a multidão e desejar “Boa Páscoa”.

Com a voz fraca, falou brevemente antes de passar o microfone ao monsenhor Diego Ravelli, mestre das Celebrações Litúrgicas Pontifícias, que leu a tradicional mensagem “Urbi et Orbi” (à cidade e ao mundo).

“Cristo ressuscitou! Neste anúncio encerra-se todo o sentido da nossa existência, que não foi feita para a morte, mas para a vida. A Páscoa é a festa da vida! Deus criou-nos para a vida e quer que a humanidade ressurja!”, declarou o Papa em sua mensagem.

Mensagem Pascal e Apelos por Paz

Ao lado do cardeal-protodiácono Dominique Mamberti e do cardeal espanhol Fernando Vérgez Alzaga, Francisco destacou que a mensagem pascal de esperança se torna ainda mais urgente diante das guerras e da violência que atingem diversas partes do mundo.

“Quanta violência vemos com frequência também nas famílias, dirigida contra as mulheres ou as crianças!”, lamentou o Papa. “Neste dia, gostaria que voltássemos a ter esperança e confiança nos outros e a ter esperança de que a paz é possível!”

Na oração, o Pontífice mencionou regiões marcadas por conflitos, como a Terra Santa, o Oriente Médio, o Sul do Cáucaso e países africanos. Também dirigiu palavras ao povo de Mianmar, que enfrenta a violência da guerra e ainda sofre com os efeitos de um terremoto.

“Não é possível haver paz sem um verdadeiro desarmamento! A necessidade que cada povo sente de garantir a sua própria defesa não pode transformar-se numa corrida generalizada ao armamento”, advertiu.

Francisco reforçou o apelo para que os recursos destinados à guerra sejam direcionados ao combate à fome e ao desenvolvimento social.

“Estas são as ‘armas’ da paz: aquelas que constroem o futuro, em vez de espalhar morte!”, declarou, pedindo que o mundo não se renda à lógica do medo.

Ao fim da cerimônia, que durou pouco mais de 20 minutos, o Papa abençoou os fiéis e, para surpresa de todos, deu uma volta pela praça no papamóvel, encerrando a celebração com gestos de proximidade e carinho.