Vendaval causa destruição em Camaquã, na Metade Sul do RS

As tempestades que atingem o Rio Grande do Sul desde o domingo (22) chegam ao quarto dia com estragos, principalmente, na região Sul do Estado. O município mais atingido foi Camaquã. Um vendaval ocorrido por volta das 6h desta quarta-feira (25) causou danos em vários pontos da área urbana, com queda de árvores e postes, destelhamentos, e o colapso de estruturas. Grande parte da cidade está sem energia elétrica por efeito da tempestade severa.

Pelo menos, duas escolas foram bastante atingidas. No Instituto Estadual Cônego Luiz Walter Hanquet, a cobertura de um ginásio foi destruída pelo vento forte. A Escola Municipal João Belchior Marques Goulart também sofreu danos no telhado.

O Hospital Nossa Senhora Aparecida também foi atingido e utiliza geradores de energia para manter os serviços. A instituição chegou a avaliar a possibilidade de remover alguns pacientes devido aos alagamentos em algumas alas.

Segundo o Corpo de Bombeiros Militar, até às 10h desta quarta, mais de 40 chamados já haviam sido atendidos. Entre eles, o corte de árvores e o auxílio com lonas para moradores.

A prefeitura ainda contabiliza os prejuízos. No final da manhã, um ofício foi encaminhado pela prefeitura ao governo do Estado e à Secretaria Nacional de Reconstrução do RS.

Além dos destelhamentos, árvores foram arrancadas pelo vento, postes caíram e diversas ruas apresentam alagamentos. Grande parte do município enfrenta, ainda, a falta de energia elétrica.

Microexplosão

Segundo a MetSul Meteorologia, a principal causa dos fenômenos atmosféricos em Camaquã pode ser uma microexplosão. Trata-se de uma corrente de vento descendente violenta que se espalha de forma radial ao atingir a superfície.

Uma frente semi-estacionária se convertendo em frente fria com deslocamento pela Metade Sul do Rio Grande do Sul formou nuvens carregadas durante a madrugada e a imagem de satélite do momento do temporal em Camaquã mostrava nuvens enormes com topos de até -70ºC sobre a cidade.

Estações meteorológicas tanto do Instituto Nacional de Meteorologia (InMet) como mantidas por empresas e produtores rurais não acusaram vento muito intenso em Camaquã. Fato que comprova a ocorrência de microexplosão.

Outros municípios da região

O temporal também causou estragos, nesta quarta, em Piratini. Conforme a Defesa Civil, cerca de 13 casas foram atingidas e pontes estão submersas. Equipes da Defesa Civil ainda realizam um levantamento mais detalhado.

Em Pinheiro Machado, na Serra do Sudeste, o temporal mais forte ocorreu na localidade de Torrinhas. O órgão de salvamento também atua para apurar a extensão dos estragos da tempestade.