Opinião

Uma crítica mais que necessária

Nos últimos dias, ouvi de dois juristas uma crítica à desconstrução, por parte de alguns setores da mídia, da imagem da Polícia, com a promoção de uma verdadeira “Policiopobia”, termo difundido pelo Promotor de Justiça Militar Dr. Adriano Marreiros.

Isso a propósito de as abordagens midiáticas generalizarem a truculência, como se ela se identificasse com a própria Instituição – toda a Polícia -, bem como jamais fazer um contraponto à altura, quando um policial é morto em combate, não raro por um delinquente que deveria estar no sistema prisional, mas está nas ruas, praticando crime, por insuficiências do sistema penal.

Exemplo disse ouvi citado na Live que a Promotora de Justiça do Rio de Janeiro Dra. Cármen Eliza Bastos de Araújo fez, há alguns dias, com o Promotor de Justiça Dr. Eugênio Paes Amorim (1° Tribunal do Júri de Porto Alegre), quando, com muita propriedade, ela lembrou:

– “A mídia destaca que a Polícia do Rio de Janeiro é a que mais mata, mas não fala, em contrapartida, que essa é a mesma Polícia que mais morre”, diz ela, a propósito de destacar a organização do Estado de não-Direito do Rio de Janeiro e de enfatizar como se impõe estruturadamente o Crime Organizado no Estado do Rio à
Polícia local. Um Estado de Guerra.

Muitos pais têm o mau hábito de, em quadro de desobediência, dizerem aos filhos que “a Polícia” vem pegá-los, se eles persistirem no mau comportamento.

Eu acho isso um horror de ignorância. A Polícia está aí para nos proteger, para nos guardar. Ela é, sem dúvida, a Instituição mais importante de segurança pública que temos em nosso Estado de Direito.É a ela que chamamos por primeiro em qualquer situação de emergência, de insegurança ou de agressão em que estejamos envolvidos. E ela vem…

A Polícia é aquela que tem o dever de estar naqueles lugares em que nenhum civil deseja, tem força, aparato, coragem ou vontade de estar. É a Polícia que abre mão, em primeira linha, da sua segurança, para enfrentar o perigo e cuidar da nossa.

Há maus policiais, sim, policiais truculentos e policiais bandidos. Estes não se diferenciam de nenhum outro criminoso e, por mim, sempre foram assim tratados no âmbito do processo e da persecução penal. A imensa maioria, porém, não é assim: são Policiais dedicados, honrados, responsáveis, corajosos e comprometidos em salvar vidas.

Não seja você o juiz da gravidade do perigo que eles enfrentam, nem do risco que correm, quando reagem na defesa de si e de terceiros. Você certamente não quereria estar lá nem decidir, em frações de segundos, se mata o criminoso ou se deixa matar.

Por tudo, a Polícia, enquanto Instituição, não merece desrespeito. Só merece gratidão por ser a trincheira mais importante no combate ao crime e na garantia da segurança. Não seja um Policiofóbico e não ensine seu filho a ser. Ensine-o a respeitá-lo e a denunciar os maus Policiais.

Silvia Regina Becker Pinto

Advogada e Professora. (espaço de coluna cedido à opinião do autor)

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