Embora o assunto da semana passada tenha sido o caso Americanas, tivemos outro dado econômico importante sendo divulgado: o índice de preços ao consumidor amplo (IPCA). Ele registrou alta de 5,79% em 2022, novamente, acima da meta de 3,75% do Banco Central.
A inflação é um componente econômico que atinge em cheio a vida do brasileiro, sobretudo do trabalhador assalariado que muitas vezes não tem o privilégio de ter seu salário corrigido de maneira que possa reaver as perdas de poder de compra. Para ilustrar melhor nossa linha de raciocínio colocamos a tabela abaixo que traz consigo as variações do IPCA dos anos de 2021 e 2022 e também o índice de inflação separada por grupo.
Sem sombra de dúvidas a inflação de 2022 esteve muito mais sob controle do que no ano anterior. Todavia, o que gostaria de destacar são dois grupos específicos alimentação e bebidas e transporte. Podemos notar que, embora o Banco Central brasileiro tenha se esforçado e tido certo êxito em combater a inflação, o grupo alimentação e bebidas seguiu acelerando. Para colocar os mesmos itens na mesa em 2022 o brasileiro gastou 11,64% de dinheiro a mais. Os destaques de alta entre os alimentos foram: cebola (130,14%), leite longa-vida (26,18%), batata-inglesa (51,92%), frutas (24%) e pão francês (18,03). Fica claro, desta forma, que estes são itens presentes quase diariamente na mesa dos brasileiros.
Voltando-se ao grupo de transportes, vemos que tivemos deflação, ou seja, os preços recuaram no período, essa questão está ligada à intervenção do governo zerando os impostos federais e colocando um teto nos impostos estaduais.
Ao observarmos todos grupos, podemos notar que se não fosse a ação do governo federal muito provavelmente teríamos um IPCA bem mais alto. Mas isso não quer dizer que o brasileiro não sentiu a queda de seu poder de compra nos últimos 12 meses e muito menos que estamos vivendo um bom cenário.
Pois bem, mesmo que o novo governo afirme que vai dar foco nas questões sociais e que o presidente do Banco Central Roberto Campos Neto tenha afirmado que as projeções apontam para uma inflação em 2023 menor do que aquela vista em 2022. O mercado, através do relatório Focus, vem semana a semana subindo as expectativas do IPCA para este ano, muito em virtude do fim do teto de gastos. Além disso, o fim de desonerações fiscais prometido pelo atual ministro da fazenda como medida para financiar as contas do governo também pode impactar na alta da inflação.
Por isso, temo que 2023 seja mais um ano que penalizará o trabalhador brasileiro. O desequilíbrio fiscal pode ser um propulsor para a inflação manter-se em alta. Assim, ela deve seguir pressionando os preços para cima caso não tenhamos nenhuma mudança significativa no panorama atual. Obviamente, temos fator externos que podem impactar, mas olhando apenas para a situação interna temos poucos sinais animadores por enquanto.
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