Imagem por Adobe Firefly
Casaram tarde.
Não tiveram filhos nem pets. Por sinal odiavam o nome pet, os nomes mãe e pai de pet, tutores e outras extravagâncias modernas.
Apesar da nomenclaturafobia, adoravam animais em seus habitats naturais, e teriam resgatado vários medievais “cães e gatos” se ficassem mais de um mês sem viajar.
Tinham mais em comum as coisas que odiavam do que as que amavam, e o que no início os uniu, foi separando os dois pouco a pouco.
Ao invés de cortar árvores no Natal, eles plantavam, e um dia ela comprou uma tuia limão, pequenina, num vaso, que decorou com muito carinho e humor, com rolhas de espumante e fitas vermelhas contrastantes.
O Natal passou e a arvorezinha precisava de espaço. E assim ela foi para o jardim, não sem antes um embate de onde ficaria bem.
Ele não ligava. – Qualquer lugar, vai morrer mesmo, dizia.
Ela escolhia com cuidado, mas qualquer lugar era rechaçado por ele, até que acharam um ponto em comum.
E a tuia foi vivendo, muitas vezes quase morrendo, depois renascendo linda e brilhante, como alguém apaixonado.
Mas ela, sem prestar atenção na desatenção dele, persistiu, reagiu, adubou, podou e cuidou da tuia. Às vezes machucou, como quando tirou alguns galhos para fazer um arranjo para o aniversário de algum parente dele.
E a tuia persistiu. O casamento, não.
Um dia se olharam e não se viram mais como um casal, apenas uma extensão um do outro para as coisas automáticas da vida.
As folhas verdes e brilhantes desapareceram, os galhos secos tomaram conta e o fim chegou.
Tempos depois ela passou de carro em frente à casa onde eles moravam, e lá estava a tuia, verde e esplendorosa, mais viva do que nunca, ao contrário do casamento, que viveu enquanto durou mas não teve o espaço e adubo que precisava para sobreviver.
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