Categories: Opinião

A Europa melhor do que os Estados Unidos

Na metade do ano passado era quase uma certeza que em 2023 teríamos recessão nas economias desenvolvidas. O movimento de alta de juros nestes países com o intuito de conter a alta de inflação trouxe nuvens carregadas de pessimismo sobre o crescimento futuro das economias. As expectativas sobre a Europa eram ainda piores em virtude da guerra na Ucrânia e as sanções impostas à Rússia, grande fornecedora de commodities energéticas.

Passaram-se seis meses e o novo ano começou e os dados que estão sendo divulgados nos levam a crer que as economias do velho continente vêm mostrando maior resiliência enquanto a economia dos Estados Unidos segue a projeção que fora traçada.

O índice de gerenciamento de compras, em inglês PMI, nos Estados Unidos até teve uma modesta melhora na última leitura atingindo 46,6 pontos, mas ainda abaixo dos 50 pontos que é o nível que separa a contração da expansão das indústrias. Por outro lado, na zona do Euro o mesmo índice atingiu 50,2 pontos, primeira vem em 6 meses que fica no nível de expansão. Esse pequeno aumento do índice pode ser explicado em partes por um inverno menos rigoroso que não fez tanta pressão sobre os preços do gás natural o que alimentou a expectativa de muitos investidores de que o Banco Central Europeu não deve subir tanto os juros podendo assim evitar uma grande contração econômica.

Na Alemanha, por exemplo, após o custo de energia do gás natural atingir o pico de mais de 330 EUR/MWh está abaixo dos 60 EUR/MWh. A Espanha já mostra sinais que a inflação ao produtor pode estar arrefecendo. Ainda na Alemanha o índice de confiança dos empresários também voltou a subir. A junção destes fatores tem motivado um otimismo maior sobre a economia européia do que sobre a americana neste início.

Portanto, o euro neste momento segue se valorizando diante do dólar. Todavia, uma economia pujante na Europa pode continuar a pressionar os preços e manter a inflação em alta. Diante disso, o Banco Central Europeu poderia ser forçado a aumentar mais os juros e frear com maior força a economia do continente europeu. Este ajuste fino é o grande desafio para os planejadores das políticas monetárias globais: controlar a inflação sem causar recessão.

Leonardo B. Piveta

Mestre em Economia, Engenheiro Mecânico e Assessor de Investimentos da X10 Investimentos. Contato: leobpiveta@gmail.com - @leobpiveta - (espaço de coluna cedido à opinião do autor)

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