Falta de insumos, procura e pandemia: os desafios da Construção Civil

O setor da construção civil passou por um período de estagnação logo no início da pandemia. O mercado sofreu com a estagnação e trouxe consequências negativas para diversos segmentos e empresas que precisaram fechar as portas e não foi diferente com as empresas de construção.

O Diretor da Concresul, Pedro Reginatto empresa que atua com produção de concreto, pavimentação de asfalto, pedreiras e as usinas de asfalto em diversos locais da Serra Gaúcha comentou sobre a situação do setor em meio a pandemia “No início da pandemia, foi uma situação inusitada onde se ficou parado uma semana e realmente uma preocupação enorme de todos os setores e toda população. Nós como somos considerados uma atividade essencial, pedra, areia, construção, não tivemos restrições de paralisação, só tivemos que obedecer uma série de cuidados”, disse.

Preocupados também com a saúde dos funcionários, Reginatto falou com alegria que dos 350 funcionários não houveram perdas em decorrência da Covid-19 e pouquíssimos casos foram confirmados.

Uma das preocupações atuais das indústrias brasileiras são com relação a dificuldade de obter insumos e matérias-primas nacionais e importadas. Conforme um levantamento feito recentemente realizado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), 73% das empresas da indústria geral (extrativa e de transformação) e 72% das empresas da indústria da construção encontram dificuldades em obter os insumos e matérias-primas produzidos no Brasil. A sondagem foi feita com 1.782 empresas ao longo de fevereiro. Os percentuais permanecem próximos dos registrados em novembro de 2020, quando 75% e 72%, respectivamente, observaram esse problema.

“Estamos vendo um volume bastante grande de obras, onde estamos tendo problemas como falta de insumos, como é o caso do aço, de ferros de construção alguns outros materiais com a questão da entrega. Mais uma coisa preocupante, que é a lei da oferta e da procura essa vai continuar existindo sempre. Esse aquecimento que houve do ano passado para cá , fez com que os materias começassem a ter uma elevação de custos muito grande. Tivemos um aumento violento no aço, no cimento, energia, combustíveis e tudo está sendo refletido nos preços do metro quadrado do preço do concreto e do asfalto. Mas mesmo assim, hoje nessa situação ainda é mais seguro investir em imóveis”, conta Reginatto.

Apesar do aumento dos insumos, a empresa Concresul vem tentando se manter em meio a pandemia, “Estamos conseguindo manter as metas de volumes, mas a rentabilidade caiu muito. Hoje são raríssimas atividades que conseguem ter resultados como tínhamos a 10, 15 anos atrás. Hoje os resultados são muito pequenos, do retorno dos investimentos, do ganho que se tem, da venda e dos produtos”, falou o diretor.

Reginatto descreve a economia como uma situação muitas vezes oscilante, ” Sempre digo que a economia é uma gangorra, os juros pagos no banco são altos. Quando os juros caem. Nós tivemos um ano de 2020 até um pouco melhor que 2019 em termos de vendas, e 2021 estou vendo que também está sendo melhor em função da grande baixa das taxas de juros. Vemos muitas obras na nossa região. Conforme o diretor da Concresul a expectativa é que continuem se mantendo pelo número de obras que estão se inciando, “[…] muito desse recurso que estavam parados no banco está indo para a geração de emprego e vários tipos de atividades que fazem com que o dinheiro tenha uma maior rentabilidade”, afirma.