Cisga aposta em miniusinas de reciclagem de lixo sólido na Serra Gaúcha

No momento em que municípios e seus governantes envidam esforços no combate à pandemia com ações restritivas e de atendimento a infectados pelo Covid 19, o Cisga – Consórcio Intermunicipal de Desenvolvimento Sustentável da Serra Gaúcha – continua atuando na busca de soluções para as 19 cidades que participam da entidade.

E, apenas para reforçar que a pandemia também afeta os trabalhos, uma missão técnica que estava marcada para este 01de junho, segundo informa o presidente Adenir Dallé. Um grupo de prefeitos iria até o município de São Bento do Sul para apreciar in loco uma solução para destinação de resíduos sólidos, a Usina Biodinâmica de Resíduos Sólidos Urbanos. Porém o agravamento da pandemia adiou os planos.

No comando da entidade desde março, o prefeito de Monte Belo do Sul, Adenir Dallé comemora que ainda naquele mês o município de Caxias aderiu ao Cisga. Desta forma o consórcio agora é formado por um grupo de municípios que contabiliza um milhão de habitantes. Recentemente a UCS foi contratada para a realização de um estudo de viabilidade técnica para a destinação dos resíduos sólidos, entre eles a possibilidade de instalação de uma usina para a conversão do lixo, eliminando boa parte do transporte destes resíduos para Minas do Leão, um processo muito oneroso.

Estas usinas seriam instaladas em microrregiões dentro da área da serra. A visita a São Bento do Sul já tem este intuito, de conhecer a operação da Usina explorada pela Samae local. Em fase de testes e aguardando licença ambiental, a operação de transformação do lixo inicia pelo processo “rasga-saco”, a partir do qual se faz a separação dos materiais. Na esteira é separado o lixo não reciclável, como baterias e pilhas, depois o restante vai para a trituração, envio do material moído para os moldes e fornos de alta temperatura onde o resíduo ganha novas formas (blocos simulando paralelepípedos, por exemplo).

Todo o processo terrá acompanhamento da Fepam e do Corede Serra e terá três fases, envolvendo um roteiro tecnológico, passando pela adesão de municípios e testes com implantação de uma usina para reciclagem de cinco toneladas/dia e outra de 72 toneladas /dia, Só após é que os municípios decidirão pelo modelo de implantação, se por concessão ao setor privado ou outra forma jurídica.

Mas as novidades oriundas do Cisga não devem parar por aí.

Conforme lembra Dallé a entidade é participante ativa na modelagem das concessões de estradas estaduais da região, busca soluções para implantação de energia fotovoltaica para redução das despesas com energia no âmbito das administrações municipais e em breve deverá assumir outra importante tarefa: a inspeção de produtos de origem animal, atualmente competência de fiscais do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), deverá ser assumido pelo Cisga, que utilizará como inspetores os médicos veterinários e profissionais dos municípios da região. “Esta mudança é muito importante para as pequenas agroindústrias e agilizará processos”, explica um otimista Adenir Dallé.

São avanços que as experiências anteriores do Cisga permitem testar. Atualmente o sistema de compras conjuntas permite a redução significativa de custos em compras de produtos de manutenção, máquinas pesadas, pneus e, especialmente, de remédios às farmácias públicas, onde a economia chega a ser de 40%.

A sede administrativa do Cisga está em Garibaldi e conta com o trabalho do diretor executivo Rudimar Caberlon.