Vai ter direito a menos, sim

O país está mudando, aliás o mundo vive em constante transformação, mas a velocidade é o que nos surpreende. Basta ver as revoluções tecnológicas em curso que não nos permitem qualquer zona de conforto.

 

Mas, a verdade é que nos acostumamos  com certas realidades que pareciam pétreas, imutáveis. Talvez daí venha o jargão da classe sindical quando se fala em reformas trabalhista e da previdência: “nenhum direito a menos”.

 

 

Ora, sabe-se que o trabalhador é a ponta fraca neste cabo de guerra. Mas se é pra mudar, uma postura assim, terminante, parece não ter lugar à mesa de negociação. É mais um mostrar as armas.

 

A verdade é que a despeito de um mundo novo que conhecemos a cada amanhecer, certas estruturas são pesadas e arcaicas. O Estado brasileiro é uma delas. Veja-se o que está acontecendo com a Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos. É exemplo acabado de uma empresa que de orgulho nacional, há poucos anos, está precisando se reinventar. Já não se mandam cartas como antigamente. Vieram o fax, o e-mail, o whats, as redes sociais e até o certificado digital. Notadamente os correios precisam se reinventar. Precisarão utilizar seu know how na logística para fazer nascer uma nova empresa, já que o mundo ficou menor e ainda mais ágil. Precisaremos menos de pernas e mais de cabeças ágeis.

 

As reformas trabalhista e da previdência estão aí. São necessárias mas é preciso dividir o fardo, ou a cota de sacrifício de cada um. Vivemos num Brasil que avançou em termos de crescimento demográfico e expectativa de vida. Agora é necessário conviver com algumas consequências que trazem risco. É preciso criar empregos, manter empregos e dar sustentabilidade ao sistema.

 

 

 

Mas não podemos involuir a situações similares às do início da revolução industrial e é por aí que parece poderemos iniciar a discussão. Nenhum direito a menos parece uma meta intangível, tanto quanto esperar que um trabalhador tenha 49 anos de contribuição para só aí ter o direito à aposentadoria integral.