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Santa Maria chora

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Talvez não haja circunstância pior do que esta para um jornalista comentar. É preciso manter a objetividade, mas num caso assim o que prevalece são os sentimentos, seja de consternação, seja de inconformismo ou de busca pela justiça.

 

Pior ainda é saber que milhares de comentários, de editoriais, de reportagens de denúncias, de pouco adiantarão para as famílias enlutadas ou de famílias que ainda tenham jovens hospitalizados sob severo risco de perderem a vida.

 

Igualmente ruim é a forte percepção de que esta não será a última notícia deste tipo uma vez que acidentes como este já aconteceram nos EUA, na China, na Rússia e aqui do ladinho em Buenos Aires.

 

Fala-se muito de um alvará vencido. Ora, mas se estava vencido é porque antes fora concedido. Um documento destes só tem valor se efetivamente leva a ações concretas, que tragam como repercussão a segurança de quem trabalha e de quem frequenta, então presume-se que as normas que o norteiam não eram boas o suficiente.

O que não é fácil de crer é que tenham liberado o funcionamento de uma verdadeira ratoeira destas, onde é fácil entrar mais muito difícil sair; 1000 ou 2000 pessoas num espaço coletivo com uma única porta de saída é algo inconcebível.

 

E mais: desde pequeno a gente cresce ouvindo que é preciso cuidar ao brincar com fogo e com fogos de artifício. Bem se diz que para criar a vida nem que se junte uma centena de cientistas renomados. Para matar mais de duas centenas de pessoas bastou um asno acender um sinalizador num ambiente com muito material combustível.

 

Ora, resta claro que houve uma sucessão de erros. Quem projetou a casa de espetáculos, presumivelmente um arquiteto, errou; o código de obras da cidade deve ter permitido a obra do jeito que ela foi concebida, também deve ser revisto; os bombeiros falharam ao permitir o funcionamento; errou o dono da casa; erraram os artistas que tocaram fogo na casa. Uma lástima que não se apagará.

 

Quantas casa neste estado e neste país estarão em condições semelhantes? Urge que agora se busquem adequações nas casas, nas leis, nos procedimentos, no comportamento.

 

É preciso proibir a utilização de fogos em espetáculos de ambiente fechado ou pelo menos naquelas que ofereçam risco; é preciso garantir portas de emergência nas casas de espetáculos, afinal o incêndio não é o único risco oferecido. O pânico numa eventual briga é um risco permanente. E aí o estouro da boiada pode ser fatal, com pessoas sendo esmagadas e pisoteadas até a morte.

 

Além da tristeza e da busca por culpados, é preciso extrair do caso lições para que situações semelhantes não se repitam.

Memória LEOUVE

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