Onde estão as medalhas da nossa elite

 

Há uma figura emblemática nesta Olimpíada do Rio – bem, pensando melhor, são várias as personagens que rendem boas reflexões.

 

Podemos falar sobre os vencedores, os perdedores os que foram lá e confirmaram, os que decepcionaram e os que surpreenderam. Vitória e derrota foram postos face a face de uma maneira muito didática na disputada pela medalha de ouro do salto com vara. Ninguém esperava tanto do Thiago. Mas ele foi lá e ganhou. Todos esperavam muito do recordista, o francês Lavillenie. Ele ficou com a medalha de prata, Vejam que muitos atletas vibram com a prata mesmo quando deles se pode esperar mais um pouco. É o caso do Ezaquias da Canoagem, do Zaneti, das argolas. Renaud Lavillenie entretanto não comemorou. Se chocou. Brigou com a torcida que de fato o atrapalhou (não há regra que impeça de se torcer) e verteu lágrimas ainda no dia seguinte quando tocava o hino brasileiros na cerimônia das medalhas. 

 

 

A expressão da derrota. A imagem do inimigo. Fez declarações desastradas. Foi soberbo. Mas depois, como pessoa educada, como desportista, veio e se desculpou. Deu entrevistas neste sentido. Melhor perdoá-lo, por que afinal de contas, é um adversário, não um inimigo em guerra.

Os jogos são isto. Batalhas em que há vencidos e vencedores e onde não se derrama sangue.

 

Agora, o que não pode é fazer o que fizeram os nadadores franceses. Beberam, se passaram e depois num ato mesquinho de vingança(?) disseram ter sido roubados . Agora passam vergonha. Não coaduna com jovens tão bem postados, são parte de uma elite. Brancos e desportistas de um dos países mais ricos do mundo.

 

 

E por falar em elite, onde andará a elite brasileira que não consegue mais trazer tantas medalhas quanto antes. Só uma na vela. Nenhuma no hipismo. Natação, nada. Só mesmo as forças armadas adotando jovens da periferia com potencial vencedor é que andam brilhando. Bem, encontramos um jeito de subsidiar o esporte. Que tragam medalhas e batam continência a seguir.