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O prato feito, o filé mignon e a carne de pescoço

É certo que vai ter mais chiadeira, choro e ranger de dentes, mas, pelo menos, se pode dizer que o governo de josé Ivo Sartori, depois de quase dois anos, finalmente disse a que veio.

 

O pacote de 40 medidas anunciado ontem como única tábua de salvação pra situação de calamidade financeira do estado traz iniciativas importantes, como a diminuição do número de secretarias, e polêmicas, como a extinção da fundação de estatística, da Fepagro, e da TVE, mas finalmente aponta pra ideia de um Estado menor, mesmo que ainda mantenha elefantes brancos, como a inócua e intocável Justiça Militar e o monstrengo do Badesul, que me parece poderia muito bem ser absorvido pelo Banrisul.

 

Mas ainda é cedo pra entrar em tantos detalhes e minúcias sem parecer leviano. E, longe disso, ainda me reservo um tempo pra analisar caso a caso.

 

Mas o caso é que não há tempo, porque o pacote vai passar de roldão na Assembleia Legislativa, mas Sartori demorou demais e, por isso, vai enfrentar pressão e oposição não só de quem vai perder o emprego e benefícios, mas de quem entende que a extinção de algumas empresas e fundações serve mais como resposta ideológica do que como solução financeira, e que um Estado menor será menos capaz de interferir para equilibrar a lógica do mercado.

 

O certo é que vai ter protestos na Praça da Matriz e na tribuna do Palácio Farroupilha.

 

Mas a gente precisa acreditar que nenhum governante atrasa salários, demite pessoas ou fecha empresas simplesmente porque é mal-intencionado ou porque é burro, e precisamos entender que a situação é realmente de calamidade pública, e que não tem ajuda que possa vir de Brasília. Portanto, algo precisa mesmo ser feito.

 

Mas é imprescindível apontar que Sartori levou quase dois anos para preparar o pacote e, por isso mesmo, é justo afirmar que, se tivesse tomado medidas já no começo do ano passado, a crise financeira não se alastraria tanto. Por isso mesmo, nesse tempo, ele enfrentou o desgaste da crise da segurança e do atraso dos salários e perdeu grande parte da confiança que havia ganho com a eleição.

 

 

 

Hoje à noite, a gente vai poder verificar a que ponto está a fervura: é que os líderes de bancadas Na Assembleia estão convidados pra saborear um churrasco no galpão crioulo do Piratini e degustar o conjunto de medidas anunciadas pelo governo como prato principal. Certamente, vão reclamar de não ter participado do tempero, do prato feito servido às pressas e, muito provavelmente, da carne de pescoço no lugar do tão sonhado filé mignon.

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