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O labirinto dos poderosos interesses

Neste 1º de maio, dia do trabalhador, ainda é cedo pra medir os impactos das manifestações e protestos da sexta-feira em pelo menos 150 cidades do país na greve geral convocada pelas centrais de trabalhadores pra protestar contra as reformas trabalhista e da previdência.

 

Só a partir de amanhã, quanto os nobres parlamentares dessa nossa república de bananas voltarem ao Congresso de seus feriadões cheios de mordomia e consciência pesada pra debater as reformas criticadas, é que saberemos se alguma coisa muda no horizonte tupiniquim.

 

Mas, a julgar pela nota do governo federal que reduz as manifestações a grupos de baderneiros, existe pouca chance de que um novo diálogo prevaleça, e a intransigência que caracteriza o governo temer deve seguir seu rumo avassalador.

 

Porque a verdade é que o Congresso só vai admitir algum recuo, alguma vontade de debater com mais abrangência o impacto dos projetos se nossos fisiológicos deputados e senadores sentirem que pode haver um custo nas urnas que eles não estão dispostos a pagar.

 

Porque, vamos combinar, o que está em jogo em Brasília não é só o dinheiro liberado por Temer pra garantir a aprovação dos projetos e não se reduz a apoiar ou não as reformas, mas é a eleição de 2018, e o apoio parlamentar explícito a um governo devastado moralmente pode ter sim um alto custo eleitoral.

 

Porque a greve foi convocada exatamente como resultado da falta de diálogo do governo em empurrar medidas impopulares de cima pra baixo e sem ouvir a sociedade, porque não quer fazer concessão, e quando faz, beneficia setores que já são privilegiados.

 

A questão é que, mesmo com a insatisfação crescente da população, não dá pra saber quantas pessoas não foram trabalhar porque aderiram à greve e quantas não foram porque não conseguiram nem chegar ao trabalho, mas dá pra dizer que a greve não foi do tamanho que os manifestantes comemoram, mas também não foi pequena como o governo quer fazer acreditar.

 

Mesmo assim, entre a legitimidade e o abuso, entre a necessidade de chamar atenção e os limites ultrapassados, o espetáculo das fogueiras nas rodovias, as barricadas de pneus, o transporte público impedido de sair das garagens, as escolas e os aeroportos fechados e a presença de políticos identificados com as crises do país não servem em nada pra mobilizar os cidadãos comuns contra as reformas.

 

E enquanto isso, nós, os botocudos, seguimos presos ao labirinto dos interesses poderosos, assistindo calados a reforma trabalhista que já passou na Câmara dos Deputados agora ir pro Senado, a da previdência, que já foi rejeitada uma vez, voltar pra pauta do Congresso sem ligar pra CPI e, sem alarde, o STF garantir os supersalários dos servidores de elite com todas as bênçãos do nosso temerário desgoverno.

Memória LEOUVE

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