Foto: Reprodução/Divulgação
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Serra Gaúcha - O caso de agressão a uma criança em uma creche municipal de Paraí, na Serra Gaúcha, tomou um novo rumo que revoltou a família da vítima e ganhou destaque nas redes sociais. Enquanto as duas atendentes educacionais acusadas formalmente pelo Ministério Público (MP) aguardam o andamento do processo por tortura qualificada, o pai da criança, Jonatan Morés Pereira, agora precisa se defender na Justiça. Ele foi processado por difamação por uma das professoras denunciadas.

“Esse é o país que vivemos. A justiça fazendo tudo errado. O pai da vítima vai responder antes da agressora que cometeu o crime”, desabafa Jonatan. “A agressora ainda não foi exonerada. Ainda por cima me processou por Difamação. Já tenho que me apresentar na delegacia terça-feira com meu advogado. E ela que cometeu o crime ainda nada”.

A situação começou quando a prefeitura, após descobrir um caso de agressão ocorrido em abril, decidiu analisar as filmagens da creche. Dessa forma, identificaram novas agressões. Nas imagens, uma atendente educacional agredia a filha de Jonatan, então com 2 anos e 2 meses, em 13 de agosto de 2025.

Relato de intimidação

Logo após a descoberta, a prefeitura chamou Jonatan para uma reunião no gabinete do prefeito. Conforme seu relato, autoridades municipais pediram que ele não registrasse um Boletim de Ocorrência. Alegaram que o próprio município se encarregaria do registro, devido ao processo administrativo interno.

A situação é ainda mais delicada para a família devido à relação de proximidade que tinham com a professora acusada. “Minha mãe foi a primeira professora dessa escolinha no ano de 1994. Minha mãe criou os dois filhos dela. Era muito próxima da nossa família”, contou Jonatan.

Andamento do caso criminal

As duas profissionais foram denunciadas pelo Ministério Público do RS (MPRS) no dia 23 de setembro pelo crime de tortura qualificada, com a agravante de ter sido praticado por agentes públicas no exercício da função.

A promotora Aline Beatriz Bibiano, titular do caso, afirmou que o MP agiu assim que tomou conhecimento dos fatos. “Os pais da vítima já haviam registrado um boletim de ocorrência antes da notificação oficial do Ministério Público”, contextualizou. O inquérito policial confirmou a prática do crime, resultando na denúncia.

A Prefeitura de Paraí e o Delegado Tiago Baldin mantêm silêncio sobre o caso, citando sigilo judicial. Entretanto, o delegado confirmou que as investigações foram concluídas e que o caso já segue no Poder Judiciário.

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