Há alguns anos a medicina veterinária brasileira vem apresentando uma tendência comum em outros países: as especialidades veterinárias, a exemplo do que acontece na medicina humana.
Ao se deparar com a figura do neurologista veterinário, a maioria das pessoas pode ficar um pouco confusa e se perguntar quais problemas neurológicos um animal de estimação pode apresentar.
Pois bem. Os problemas neurológicos mais comuns em cães e gatos são convulsões, alterações comportamentais (mudança de temperamento, andar em círculos e comportamentos repetitivos/estereotipados), além de alterações na locomoção (em cães a doença mais comum é a hérnia de disco). Inúmeras doenças de base podem causar esses sinais, cabendo a esse profissional, através do exame físico geral, neurológico e exames complementares descobrir a causa desses sinais clínicos e indicar o melhor tratamento (clínico ou cirúrgico). Um fato curioso é que, ao contrário da medicina, na veterinária, na maioria das vezes, é o neurologista quem atende e opera doenças de coluna vertebral.
Além disso, é comum que o neurologista veterinário atue em exames complementares, como a coleta de liquor (líquido que banha o sistema nervoso central comumente utilizado para investigação de doenças inflamatórias e/ou infecciosas) e a realização de mielografias (exame de raio-x contrastado utilizado para localização de compressões na medula espinhal e planejamento cirúrgico).
Quando devo procurar o neurologista veterinário?
Inúmeros sinais clínicos indicam a necessidade de uma avaliação neurológica. Alguns exigem uma avaliação imediata, ao passo que outros são sinais mais brandos e muitas vezes podem passar despercebidos pelos tutores ou pelo clínico geral. De forma geral, você deve procurar o neurologista veterinário quando seu animal apresentar os seguintes sinais clínicos:
Fique atento: tutores de felinos devem ter atenção redobrada, já que os gatinhos costumam esconder mais os sinais de doença neurológica. Assim, uma simples relutância em utilizar a caixa de areia pode ser a única alteração detectada em doenças neurológicas.
O que esperar da consulta com um neurologista veterinário?
Ao receber a recomendação de consultar com um veterinário que trabalha exclusivamente com neurologia muitos tutores ficam ansiosos e com dúvidas.
Mas, afinal, irei sair da consulta com um diagnóstico? Com uma resposta definitiva do que está acometendo meu pet?
Infelizmente, na maioria dos casos, a resposta para essa pergunta é não!
Mas se eu não vou sair da consulta com um diagnóstico e tratamento, por que devo consultar? Você deve levar seu bichinho para realizar uma avaliação neurológica pois esse é o primeiro passo para descobrir a causa dos sinais apresentados.
Explicando melhor: através da anamnese (de uma conversa com o tutor), histórico e características do paciente (espécie, raça, idade etc.), da manifestação dos sinais clínicos (há quantos dias o animal está doente ou a rapidez com que os sinais surgiram) e do exame físico geral e neurológico, o veterinário neurologista deve ser capaz de apontar qual a neurolocalização da lesão (ou seja, qual parte do sistema nervoso está afetada) e solicitar quais exames complementares são indicados para aquele caso.
É claro que ao término dessa consulta, seu neurologista possuirá algumas suspeitas da etiologia (causa) da doença, mas realizar os exames solicitados é fundamental para o diagnóstico e correto tratamento de seu pet.
Mas se meu orçamento for apertado e eu não puder realizar todos os exames complementares, vale a pena consultar?
Sim, pois nesse caso, apesar de não possuirmos um diagnóstico, o veterinário neurologista é o mais preparado para fazer o tratamento sintomático e manejo de um paciente neurológico e proporcionar a ele qualidade de vida. Nesse último caso sempre devemos ter em mente que um diagnóstico certeiro é o primeiro passo para um tratamento eficaz, e se não possuímos um diagnóstico devemos manejar nossas expectativas, pois assim ficam impossível prever a evolução do caso.
O que levar na consulta:
1) carteira de vacinação:
2) exames realizados;
3) paciente em jejum alimentar de 12 hs;
4) vídeo do paciente caminhando em casa (felinos);
5) vídeo da convulsão ou comportamento estranho
6) focinheira para cães que ficam agressivos no veterinário
Obs: atualmente não há um reconhecimento formal da especialidade neurologia veterinária por parte do Conselho de medicina veterinária, por isso, pesquise se o profissional que irá atender seu pet possui experiência e formação na área.
Texto escrito pela veterinária Rafaela Scheer Bing Rieth especialmente para o blog Pelos Peludos.
– Graduação em medicina veterinária pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS, 2014).
– Realizou estágio no setor de neurologia e neurocirurgia veterinária da Ohio State University (OSU, EUA, 2014);
– Realizou estágio no serviço de neurologia da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM, 2016);
– Residência em cirurgia de pequenos animais (2015-2017- UFRGS). Durante esse período ajudou a fundar o grupo de estudos em neurologia veterinária do Hospital de Clínicas Veterinárias da UFRGS.
-Mestre em Ciências Veterinárias (UFRGS, 2019) com ênfase em neurologia veterinária;
-Profissional autônoma: realiza atendimento clínico e cirúrgico volante em diversas clínicas e hospitais veterinários;
-Sócia da Associação Brasileira de Neurologia Veterinária (ABNV).
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