A abordagem biológica e psicodinâmica já foram o centro de embates na psicologia e psiquiatria, mas com o tempo, e crescimento da neuropsicanálise, elas foram unidas da melhor forma possível, afirma o Pós PhD em neurociências, Dr. Fabiano de Abreu Agrela
Os diferentes campos e abordagem que a ciência pode trazer sobre aspectos específicos podem gerar alguns embates ao longo do tempo, como o largo histórico de tensões entre o viés biológico e psicodinâmico quando se trata de psicologia e psiquiatria. Contudo, com o avanço da ciência e tecnologia, desenvolveu-se a chamada neuropsicanálise que une o melhor da neurociência, como mapeamentos cerebrais que ajudam a compreender determinados aspectos, e da psicodinâmica, como para entender representações psíquicas.
De acordo com o estudo “Neuropsicanálise”, publicado na revista científica “Cuadernos de Educación y Desarollo”, a psicanálise precisa utilizar-se da neurociência para ter mais embasamento. São surpreendentes as conquistas que foram alcançadas nos últimos anos e o prestígio científico em uma área outrora marginalizada. Mas é necessário compreender os limites deste formato terapêutico.
A neuropsicanálise é uma abordagem que une conceitos das neurociências com a psicanálise e busca uma “conciliação” entre teorias biológicas e psicodinâmicas, entre a teoria e a prática. Através dessa abordagem é possível traçar paralelos entre aspectos mais físicos, como lesões cerebrais, com características mais psicológicas, como os efeitos e procedimentos decorrentes.
Nos objetivos da neuropsicanálise, está a investigação das relações entre o cérebro e as funções psicológicas normais e patológicas, como a influência de lesões cerebrais na modificação do funcionamento mental de sujeitos saudáveis.