Produtores rurais utilizam neblina artificial para evitar geada nas plantações no distrito de Monte Berico, em Farroupilha

A frente fria que atinge a Serra Gaúcha, bem como todo estado do Rio Grande do Sul, tem deixado alguns produtores rurais preocupados. A neve de quarta-feira e geada dos dias seguintes assustaram aqueles que vivem do plantio de uvas e pêssegos na região da serra. Este foi o caso de Fabrício Basso, proprietário da Basso Frutas. Ele utilizou fumaça para manter suas árvores de pêssego em temperaturas que não fossem danosas a sua saúde atual e capacidade de desenvolver-se nos próximos meses.

Em vídeos, Fabrício mostra a fumaça que esquentou as plantas da sua propriedade – que gere com os irmãos Fernando e Suélen – durante o entardecer frio, no Monte Berico, 2º distrito de Farroupilha. De acordo com ele, a fumaça foi utilizada de maneira controlada, através da injeção de óleo mineral no cano de escape do trator, para criar uma neblina artificial. O trabalho tem ocorrido nos últimos três dias, por conta das temperaturas negativas e, segundo Fabrício, o serviço começa às 8 horas da noite e perdura até as 8 horas da manhã do outro dia.

Ainda segundo Basso, o emprego desta técnica foi para evitar perder os pêssegos plantados nos 15 hectares da família, como ocorreu em 2020.

Além desta técnica de gerar fumaça através do trator, é bastante comum em regiões de viticultura na Europa, como em Borgonha, na França, por exemplo, o emprego de tonéis com fogo controlado. é utilizado para que o frio extremo não danifique, ou, até mesmo, mate as plantas. O calor para manter as parreiras seguras durante o frio também já foi usado em vinícolas da região de Bento Gonçalves, como a Geisse. Contudo, o que os produtores buscam não são necessariamente as chamas, mas sim, a fumaça produzida por elas, que viaja pelas plantações aquecendo-as.