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Pesquisas buscam traçar perfil das mulheres rurais gaúchas

Mulheres de todas as regiões do Estado participarão de uma pesquisa que será realizada Emater/RS-Ascar, conveniada à Secretaria da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural (SEAPDR). O estudo, que foi demandado pela secretária Silvana Covatti em sua primeira visita à Emater depois de assumir a SEAPDR, será feita junto a 5 mil mulheres, buscando traçar o perfil e aprofundar o conhecimento sobre este público atendido pela Assistência Técnica e Extensão Rural e Social (Aters) do Rio Grande do Sul.

O lançamento da pesquisa ocorreu em um evento conjunto com a Secretaria de Planejamento, Governança e Gestão (SPGG) que divulgou o relatório técnico “Desigualdades de gênero dos ocupados com atividades ligadas à agricultura no RS”, desenvolvido pelo Departamento de Economia e Estatística (DEE), vinculado à SPGG.

A secretária Silvana Covatti destaca que o relatório apresentado pelo DEE e a pesquisa que será executada pela Emater são importantes no sentido de explorar informações sobre o perfil das mulheres rurais e contribuir para o desenvolvimento de ações que atendam aos interesses deste público e que façam enfrentamento de gargalos presentes na rotina destas mulheres. “Precisamos entender melhor este universo e ajudar esta mulher a assumir o seu protagonismo. Elas são agentes de desenvolvimento nas comunidades onde estão inseridas e devem ser ouvidas, valorizadas e cada vez mais assumir os postos que lhe são merecidos”, reforça Silvana.

De acordo com a Emater, mais de 500 extensionistas de 462 municípios gaúchos estarão envolvidos na pesquisa, que se inicia nos próximos dias e segue até 17 de janeiro de 2022. A Assistência Técnica e Extensão Rural e Social (Aters) do RS realizou, de janeiro a outubro deste ano, atividades específicas junto a 41.153 das 89.250 mulheres rurais que recebem e participam de ações.

A extensionista e responsável pelas ações de Aters a Mulheres Rurais na Emater, Clarice Bock, diz que, por meio do levantamento, busca-se conhecer o envolvimento das mulheres nas rotinas de trabalho da propriedade rural; como estão envolvidas na tomada de decisões nos diferentes âmbitos da vida familiar; a forma de gestão e acesso aos recursos financeiros nas propriedades; os espaços sociais representativos que a família participa, além de analisar os papeis sociais e responsabilidades de acordo com o gênero familiar; identificar o grau de conhecimentos das mulheres a respeito da saúde, das violências e direitos sociais e seu acesso às redes sociais.

Relatório Desigualdades de gênero
Assinado pelos pesquisadores do Departamento de Economia e Estatística (DEE) Daiane Menezes, Mariana Lisboa Pessôa e Henrique Souza da Silva, a partir de parceria com a Emater e com a SEAPDR, o relatório utilizou dados do Censo Agropecuário, da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua), do Cadastro Único (CadÚnico), da Pesquisa Nacional de Saúde (PNS) e do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

O documento demostrou que a população predominantemente masculina e com faixa etária acima dos 55 anos são algumas das principais características das pessoas ocupadas com atividades relacionadas à agricultura, à criação de animais, aos trabalhos florestais e à pesca no Rio Grande do Sul.

De acordo com estimativas de 2019, o Estado tinha 4,4% da sua população ocupada no âmbito rural, o que equivale a 498.410 pessoas, sendo 352.439 homens (71% do total) e 145.701 mulheres (29%). O percentual está acima do registrado no total da população do RS (51% de mulheres e 49% de homens).

Em relação à idade, o relatório mostra que 59% das mulheres com atividades ligadas ao campo tinham 55 anos ou mais, sendo 30% entre 55 e 64 anos, 21% de 65 a 74 anos e 8% com mais de 75 anos. Considerando o total de mulheres no Estado, o percentual de pessoas acima dos 55 anos é de 36%. Entre os homens, chega a 55% o percentual de ocupados nos setores ligados à agropecuária com mais de 55 anos, quando o percentual de homens dessa faixa etária na população em geral não passa de 35%.

Quanto à raça/cor, a população branca é predominante entre os ocupados na agropecuária, tanto entre os homens (87%) quanto entre as mulheres (90%), sendo que os pretos e pardos representam 12% e 10% do total, respectivamente. O percentual de brancos no campo é superior ao registrado no total da população do Rio Grande do Sul, onde representam 78% entre os homens e 80% entre as mulheres.

Conforme o documento, o Rio Grande do Sul tem 365.094 estabelecimentos rurais, sendo 293.892 relativos à agricultura familiar (80,5%). Considerando apenas essa modalidade, 12,2% dos estabelecimentos são chefiados por mulheres no Estado, abaixo do registrado no Brasil, onde 19,7% dos locais estão sob chefia de mulheres.

Patricia Larentis

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