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Pesquisa revela que Novo Ensino Médio não agrada a estudantes e professores

O Novo Ensino Médio, implementado no Brasil a partir de 2022, enfrenta críticas significativas por parte de estudantes, professores e gestores, revela uma pesquisa conduzida pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco). Os resultados preliminares apontam para níveis substanciais de insatisfação, evidenciando desafios tanto na execução do modelo quanto na capacitação de docentes e gestores.

A pesquisa envolveu 2,4 mil entrevistas com professores, gestores e estudantes que participaram do Novo Ensino Médio em escolas públicas estaduais durante o primeiro ano de implementação. Entre os entrevistados, 56% dos estudantes, 76% dos docentes e 66% dos gestores expressaram insatisfação com as mudanças promovidas pelo novo modelo. Por outro lado, 40% dos estudantes, 17% dos professores e 26% dos gestores afirmaram estar satisfeitos. Os demais entrevistados não forneceram resposta ou não souberam opinar.

Modelo atual e controvérsias

O Novo Ensino Médio, aprovado em 2017, introduziu uma estrutura em que parte das aulas é comum a todos os estudantes do país, seguindo a Base Nacional Comum Curricular (BNCC). A outra parte da formação permite que os alunos escolham itinerários para aprofundar seu aprendizado em áreas específicas, como linguagens, matemática, ciências da natureza, ciências humanas ou ensino técnico. Contudo, a pesquisa revela que a oferta de itinerários ainda é limitada e depende da capacidade das redes de ensino e escolas.

Os gestores apontaram desafios significativos na implementação do Novo Ensino Médio, com 74% destacando a necessidade de formação continuada para docentes e gestores. Além disso, 67% mencionaram a adequação da infraestrutura como um desafio, enquanto a mesma porcentagem considera a obtenção de apoio técnico e a aquisição de material didático como obstáculos.

Os professores também expressaram insatisfação com a formação recebida, com 59% considerando a formação para a BNCC inadequada e 64% apontando deficiências na formação para os itinerários formativos.

Demandas não atendidas

A pesquisa destaca uma lacuna entre a demanda dos estudantes e a oferta das escolas. Embora 86% dos estudantes tenham demonstrado interesse na Formação Técnica e Profissional, apenas 27% dos gestores relataram oferecer disciplinas ou cursos dessa natureza em suas escolas.

A coordenadora do setor de Educação da Unesco no Brasil, Rebeca Otero, enfatiza a importância de considerar o descompasso entre oferta e demanda para melhor atender tanto estudantes quanto profissionais da educação. Ela destaca que a pesquisa visa fornecer subsídios para aprimorar o modelo, sugerindo a necessidade de avaliações contínuas e melhorias no sistema educacional.

Luiza Fim

Curiosa pelo mundo e apaixonada em comunicar. Vieses e cotidianos caxienses.

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