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“O problema dos acessos nasceu junto com o bairro”, desabafa presidente do Cidade Industrial, em Caxias

Os moradores do bairro Cidade Industrial, em Caxias do Sul, convivem diariamente com uma sensação de agonia, carregada de cansaço pela espera de uma efetiva segurança nos acessos a localidade, por meio da Rota do Sol (ERS-122). São quatro entradas, de tráfego intenso de veículos, em que frequentemente são assistidos acidentes: trevo para a Estrada dos Romeiros, entrada ao lado do Posto Squizzato, e trevos em frente a Iveco e nas imediações da Euro Telhas/Fundação Marcopolo. O problema é o mesmo para o outro lado da rodovia, onde há os acessos secundários ao Cidade Nova.

“Eu acompanho todo esse movimento de protesto, de encaminhamento das solicitações há 22 anos, que é o tempo que eu moro no bairro. Mas que outros presidentes e, inclusive a comunidade, vem cobrando há muito mais tempo. O problema dos acessos nasceu junto com o bairro“, desabafou a presidente da Associação de Moradores de Bairro (Amob) Cidade Industrial, Marseli Salmin.

Marseli Salmin, 41, atua no movimento comunitário desde 2013. Há dois mandatos, é presidente da Amob Cidade Industrial

No mapa há pelo menos 30 anos, o Cidade Industrial contabiliza, atualmente, cerca de 3 mil habitantes, segundo a líder comunitária. Marseli afirmou que, no Loteamento Praça do Sol, localizado no interior do bairro, há ainda a possibilidade de instalação de 1.800 moradias. Ela demonstra uma preocupação, que é reflexo de pedidos e, inclusive, manifestações da comunidade local.

Da lista de sugestões, ela ressalta um redutor de velocidade no trevo de acesso à Estrada dos Romeiros e um conjunto de semáforos no acesso pelo Posto Squizzato para pausar o alto fluxo da Rota do Sol enquanto há saídas e entradas no bairro. No entanto, conforme a percepção da presidente da Amob, o perigo iminente está mais presente nos outros dois acessos.

“Na nossa entrada do bairro [pelo trevo da Iveco], a gente diz que é um verdadeiro matadouro. Por que ali já aconteceram mais de 40 mortes, sem contar os acidentes com danos [materiais]. A gente sugeriu que lá seja feita uma rotatória com sinalizações. Um pouco mais adiante, outro trevo bem complicado, com bastante acidente, é em frente a Euro Telhas, onde tem também a travessia do coletivo. Ali a gente sugere uma sinalização com semáforo, por que tem que segurar o trânsito da Rota para fazer essa travessia”, observou Marseli, relatando que o transporte coletivo chega a demorar até 10 minutos para atravessar o cruzamento em horários de pico.

Dentre os acidentes registrados no trecho, que vai dos quilômetros 70 a 73, estão colisões, saídas de pista e atropelamentos. Recentemente, um motociclista ficou gravemente ferido após uma batida frontal contra um veículo de passeio, no acesso à Estrada dos Romeiros. Em outubro, dois saíram feridos de séria colisão entre uma Fiat Doblo e uma VW Parati, que capotou com o impacto do sinistro.

Trevo Iveco
Rótula acesso Estrada dos Romeiros
Acesso Euro Telhas/Fundação Marcopolo
Acesso Posto Squizzato

 

Marseli procurou, em março de 2022, o Departamento Autônomo de Estradas de Rodagem (DAER), autarquia anteriormente responsável pela rodovia, junto a vereadora Tatiane Frizzo (PSDB) e o deputado estadual Neri, o Carteiro (PSDB). Na oportunidade, foi entregue um ofício solicitando análises técnicas contínuas e intervenções na via, como prevenção de acidentes com vítimas fatais.

De acordo com a presidente da Amob, o DAER respondeu que o trecho faria parte do plano de concessões, do governo do estado. Em fevereiro deste ano, a concessionária Caminhos da Serra Gaúcha (CSG) assumiu o trecho, que integra o Bloco 3 da parceria público-privada do programa RS Parcerias.

“Eu como liderança, como representante do bairro, sou muito cobrada quanto a isso. Temos uma dificuldade em sermos atendidos pelas grandes lideranças. […] O que vai ser feito, por exemplo, no trevo de acesso da Estrada dos Romeiros? Aqui, nessa entrada do Posto Squizzato, o que vai ser feito? Pra nós, moradores do Cidade Industrial, qual vai ser o ponto da nossa entrada? É isso que temos que discutir e analisar juntos, por que um projeto malformado acredito que vai gerar mais transtornos”, observou Marseli.

Obras em 2025

A reportagem do Portal Leouve entrou em contato com a assessoria de imprensa da concessionária responsável pela ERS-122 nos trechos que dão acesso aos bairros Cidade Industrial e Cidade Nova. A Caminhos da Serra Gaúcha respondeu, por meio de nota, que as melhorias e revitalizações estão previstas no Programa de Exploração da Rodovia, e serão realizadas em 2025.

As melhorias previstas são:

  • Interseção tipo Diamante, km 70,77;
  • Rótula Alongada – km 72,43;
  • Duplicação das faixas em ambos os sentidos;
  • 2 Passarelas: km 71,30 e km 72,38.

 



Luca Roth

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