O impacto dos agrotóxicos na mesa dos brasileiros

É inevitável encontrar resíduos de agrotóxicos no que consumimos, desde a água, até o alimento considerado saudável e colhido direto da terra.

Segundo a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), a laranja, o abacaxi, a couve, a uva e o alface são os alimentos naturais com maior concentração de agrotóxicos, sendo considerados de “risco agudo”.

Os limites máximos de resíduos tolerados (LMR) no Brasil são bem mais altos do que na União Europeia, por exemplo. Mesmo lavando muito bem os alimentos, uma parte dos químicos entram na célula da fruta e acabam sendo consumidos, podendo causar doenças como câncer e Alzheimer.

Segundo a indústria de agroquímicos, as agências reguladoras e alguns toxicologistas ao redor do mundo, a quantia de agrotóxicos que consumimos não afeta na nossa saúde e os alimentos que chegam as nossas mesas é completamente seguro.

Tudo depende muito das quantias, do tempo de exposição dos alimentos ao produto e também da sensibilidade de quem consome o alimento. Crianças e mulheres grávidas, por exemplo, são muito mais sensíveis.

A Anvisa, por sua vez, afirma que os níveis de agroquímicos aceitos no país são seguros para o consumo, mas, mesmo assim, continua reavaliando alguns produtos. A última análise da Anvisa sobre os produtos naturais com agrotóxicos foi realizada em 2016.

O Programa de Análise de Resíduos de Agrotóxicos em Alimentos (PARA), realizado pela Anvisa, monitora os alimentos consumidos pelos brasileiros e seus níveis de toxicidade, definindo o que é seguro para o consumo e o que não é.

Segundo a Anvisa, na análise de 2016, 80,3% das amostras analisadas eram seguras para o consumo, sendo que 42% das amostras não apresentavam nenhum resíduo de agrotóxico e 38,3% tinham resíduos dentro dos limites.

Especialistas recomendam sempre lavar muito bem os alimentos antes do consumo e retirar a casca de frutas e legumes, quando possível, evitando assim o maior contato com os químicos.