O consumo de álcool versus a prática de exercícios físicos

Vida agitada e rotina exaustiva, muito trabalho, estudo e bons hábitos durante a semana, isso faz com que nós tenhamos uma sensação de merecimento de momentos de lazer e, muito provavelmente, estes momentos de lazer estão associados a uma cervejinha ao final do dia, ou mesmo um vinho com amigos e familiares no final de semana.

Conforme as pesquisas da Organização Mundial da Saúde (OMS) em 2018, o Brasil tem um consumo alto de álcool no país. A média de consumo chega a ser de 6,4 litros de álcool puro em 12 meses. A maior parte dos consumidores são homens e a porcentagem de consumo frequente é de 43%. Vamos imaginar que grande parte desses números são pessoas que façam um consumo moderado, mesmo assim, a quantidade de pessoas que prezam pela sua qualidade de vida e praticam exercícios físicos para manter bons hábitos é menor do que a quantidade de pessoas que consome bebida alcoólica, sendo em torno de 40,3% da população.

Então, além do aumento de peso em forma de gordura, cansaço, a dificuldade de evoluir com os objetivos dos exercícios, vamos compreender o que mais a relação de consumo de bebidas alcóolicas e prática de exercícios físicos podem gerar no nosso corpo.

O consumo de álcool reduz o hormônio antidiurético, fazendo com que o corpo elimine água com maior rapidez na urina, aí entra a questão da desidratação, muitas vezes durante o próprio treino, aumentando o suor e gerando mais desgaste físico. Além de poder aumentar o seu desejo por comidas mais calóricas e mais gordurosas, esse consumo também reduz o gasto calórico, deixando seu metabolismo mais lento devido à sobrecarga do fígado, responsável pela quebra de gorduras e do próprio álcool.

Até aqui, compreendemos que quem pratica atividade física e consome álcool tem uma deterioração da qualidade física, pois a bebida diminui a força, a velocidade, a capacidade respiratória e muscular, o equilíbrio e prejudica até a respiração, e, o aumento de peso também é muito considerável devido as calorias das bebidas.

A hipoglicemia também se mostra presente em quem mistura álcool com exercícios. A atividade física já promove uma diminuição de glicose no organismo, o álcool acentua mais ainda esta redução. O corpo começa a usar a proteína como fonte de energia, pois não há mais glicose suficiente no organismo.

O álcool é um conhecido depressor do sistema nervoso central (SNC) e por isto, conforme alguns estudos, este prejudica funções como a memória, o tempo de reação, a precisão de habilidades motoras finas e o sono, o que com certeza afetará no seu desempenho de atividades e exercícios.

Consumido frequentemente, ele aumenta a produção de prolactina, esta por sua vez, leva a diminuição do hormônio chamado LH, hormônio que estimula a produção de testosterona, com isso, quem bebe frequentemente tem menos testosterona no corpo. Sem contar o estímulo da conversão de testosterona em DHT responsável pela famosa barriguinha ou “pochete”.

Quanto a treinar e beber logo após o exercício, essa atitude estimula o catabolismo muscular, ou seja, estimula a perda de músculo e ao acumulo de gordura, completamente o oposto do seu objetivo com o treino.

Importante salientar que o efeito da ingestão de bebidas alcoólicas dependerá de diversos outros fatores, entre eles o próprio gênero da pessoa. Alguns estudos nos contam que o ideal é que o consumo de álcool seja feito até 72 horas antes da prática de atividades físicas.

Enfim, nós podemos beber socialmente sim, cada pessoa deve saber seu limite em relação ao álcool e seus objetivos em relação ao exercício físico.