“Nós temos uma visão reduzida de cidadania”, afirma Walter Lídio Nunes na CIC

O presidente da Celulose Riograndense, Walter Lídio Nunes, defendeu uma maior participação do empresariado na construção de alternativas para uma sociedade melhor. Durante a reunião-almoço promovida pela Câmara de Indústria, Comércio e Serviços de Caxias do Sul, nesta segunda-feira, dia 30, Nunes falou sobre “O setor empreendedor e o momento atual”.

Na opinião do empresário, o Brasil deixa a desejar em diversos aspectos da sociedade. Ele comparou o país a outras nações emergentes e constatou que o Brasil ainda é considerado subdesenvolvido quando trata-se de investimentos em infraestrutura e inovação. Na Coreia do Norte e nos Estados Unidos, por exemplo, cerca de 80% dos pesquisadores estão em empresas. No Brasil, enquanto isso, esse número se aproxima dos 10%.

Nunes defendeu que o atual cenário é fruto de um conjunto de fatores. Para ele, o estado interventor, burocrático, patrimonialista e clientelista criou um país de pessoas acomodadas. Neste sentido, ele critica inclusive a postura de parte dos empreendedores e diz que a solução para o próximo período é motivar as pessoas que possuem boas ideias a participarem do processo de construção da sociedade. “Nós temos uma visão reduzida da cidadania. A sociedade se acomoda mais com as reclamações e culpa os políticos. Votar e escolher bons atores é muito importante, mas é apenas uma parte. Participar, propor, articular e controlar é a outra”, afirmou.

Reunião-almoço marcada por homenagem a Edemir Giácomo Zatti

O tradicional encontro na CIC desta segunda-feira também foi marcado pela homenagem ao ex-presidente da entidade Edemir Giácomo Zatti. Ele recebeu a Medalha da CIC das mãos dos presidentes dos conselhos Executivo, Nelson Sbabo, Deliberativo, José Quadros dos Santos, e Superior, Dagoberto Lima Godoy. Foi aplaudido pelas mais de 150 pessoas que prestigiaram o evento, incluindo seus familiares e dirigentes do SindimadeiraRS, entidade da qual foi presidente e ainda hoje faz parte.

Ex-presidente da CIC nos anos de 1972 a 1974, Zatti foi um dos articuladores, ao lado de Paulo Bellini, da fusão das entidades que deram origem à CIC.