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“Não podemos defender o ônibus como solução”, afirma especialista em mobilidade

A palestra do designer Guto Indio da Costa, durante a reunião-almoço da Câmara de Indústria, Comércio e Serviços de Caxias do Sul desta segunda-feira, dia 7, foi marcada por um bom debate sobre mobilidade urbana. O designer, responsável por parte dos estudos de implantação de um Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) no Rio de Janeiro, falou sobre o projeto carioca e defendeu que a indústria caxiense pense em alternativas de inovação no mesmo sentido.

Designer responsável pelo projeto do VLT do Rio de Janeiro defendeu que Caxias do Sul repense o modelo de ônibus produzido (Foto: Wagner Ziegelmeyer/Divulgação)

Para Costa, o ônibus produzido atualmente é “antiquado e antigo”. Para justificar o posicionamento, o palestrante citou o alto custo com combustível e outros insumos, como troca de pneus e manutenção do veículo, a falta de acessibilidade, a poluição sonora e a dificuldade dos ônibus em se inserir no trânsito das grandes cidades. Para o designer, o momento de mudanças na discussão sobre a mobilidade pede que o modelo de ônibus seja repensado. “O ônibus atualmente é um veículo distante das necessidades de onde ele está inserido. Não podemos defender o ônibus como solução”, opinou.

As declarações do palestrante não foram bem recebidas por parte do empresariado local. José Antonio Fernandes Martins, executivo da Marcopolo, a maior fabricante de ônibus da América Latina, não escondeu o descontentamento. Para Martins, as alternativas em termos de mobilidade não avançam no Brasil por uma série de motivos. Como os principais, ele cita a prioridade dada à indústria automobilística desde a década de 1960 no país e o alto custo das soluções apresentadas até o momento, o que as torna inviável economicamente. “Achamos que muita coisa do que foi colocado não condiz com a realidade. Hoje nós temos o ônibus que a empresa pode ter, dentro da tarifa que ela pode cobrar”, defendeu Martins.

Na tréplica, mais um bom elemento para o debate. O palestrante rebateu as críticas de Martins e cobrou das indústrias de Caxias do Sul um novo posicionamento no mercado. Ele esclareceu que não acredita que o VLT implantado no Rio de Janeiro seja uma alternativa viável. Justamente por isso, Costa defende que Caxias reúne todas as condições para pensar um modelo possível. “Em nenhum momento estou defendendo o VLT como uma solução de massa para o Brasil. É cara, complexa depende de uma infraestrutura gigantesca. O que eu quero é que vocês entendam que há uma grande oportunidade para se posicionar como polo de inovação do transporte coletivo”, finalizou.

Redação Leouve

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