Mulheres de Negócios: do trabalho formal ao empreendedorismo

O empreendedorismo feminino tem ganhado cada vez mais espaço no mundo empresarial. De acordo com a Organização das Nações Unidas (ONU), as mulheres representam cerca de 40% dos empreendedores em todo o mundo. Apesar dos desafios, a evolução histórica das mulheres na criação de empresas tem sido marcada positivamente.

Mas, sair da carteira assinada para investir no próprio negócio é uma decisão difícil e arriscada. No entanto, aquelas que superam as barreiras experimentam um crescimento pessoal e profissional significativo. No quadro “Mulheres de Negócios” de hoje conversamos com Berenice Kuhn, engenheira química que se especializou em Gestão Empresarial e, após 20 anos trabalhando em organizações de renome, com carteira assinada, transformou suas vivências na oportunidade de ter o seu próprio negócio. Atualmente, ela é proprietária de uma empresa, localizada em Porto Alegre, que presta assessoria e consultoria em planejamento para empresas de todo o país.

“Quando eu saí da Gerdau, eu tinha quase 45 anos de idade. A gente já começa a ficar um pouco mais velha pro mercado de trabalho. Mas, eu sempre tive esse desejo de poder compartilhar todo o conhecimento de anos de carreira. Quando eu decidi empreender, a busca por informações e mais conhecimento, continuaram. O SEBRAE, por exemplo, através do Empretec, ampliaram bastante minha visão. Eu acho que o mais difícil quando a gente já foi empregado durante muitos anos, como era o meu caso, é que a gente acaba tendo uma cabeça de empregado e não uma cabeça de empresário. Aí é necessário tentar trabalhar esse mindset pra pensar de um outro jeito”, explica.

Apesar do sucesso de anos de trabalho, ela conta que ao longo da jornada muitos desafios precisaram ser vencidos, principalmente no início do novo processo, com um reposicionamento de carreira.

“Eu acho que todo mundo tem medo de começar alguma coisa nova. Isso não foi diferente para mim. Imagina, eu já tinha vinte e poucos anos de experiência como empregada, trabalhando em grandes empresas e com uma bagagem de conhecimento interessante. Naquela época também enfrentei grandes desafio. Porém, quando se inicia uma nova carreira, iniciamos todo um novo processo. Tu vai ter que te posicionar de um outro jeito, é necessário acessar os clientes de outra forma. A primeira coisa foi vencer esse medo. Como que a gente vence ele? É buscando ajuda, é trocando ideia, é conversando com outras pessoas que já passaram por isso. E eu acho que o outro grande desafio é resiliência e a coragem. É necessário ter foco. Eu me preparei pra esse momento financeiramente e me preparei também com uma estrutura psicológica pra suportar que às vezes eu não iria ter agenda cheia e que eu ia ter que entender isso. Também é necessário aceitar essa transformação, tu começa pequeno, com dois clientes, depois vai tendo o relacionamento boca a boca, as pessoas vão te conhecendo e aí a tua empresa vai crescendo”, destaca.

Ser empreendedora oferece muitas vantagens, incluindo a liberdade de fazer seu próprio horário, alcançar seus objetivos financeiros, trabalhar com seu propósito de visão e a chance de fazer a diferença na vida das pessoas. “Eu nasci num num lar aonde meu pai, minha mãe sempre nos estimularam pra ter opinião, pra falar, pra dizer o que estava pensando e quando eu fui trabalhar não foi diferente. Eu acho que alguns anos atrás se as mulheres não se posicionavam mais era extremamente mais difícil. Hoje existe todo um respeito e uma abertura pra isso. Mas, eu acho que é muito da gente também batalhar por isso. Se ativermos coragem, firmeza e se formos assertivas, teremos mais possibilidades de conquistar o nosso espaço. eu acho que a gente tem Mais possibilidade assim de estar conquistando o nosso espaço”, finaliza a empreendedora.

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